Dia do Trabalhador – 01 de maio
Neste Dia do Trabalhador, falamos-lhe sobre o papel do trabalho na vida de uma pessoa. O trabalho não é apenas uma forma de sustento, constituindo-se também como uma condição de realização pessoal e de reconhecimento social. Como tal, é um importante fator que contribui para o nosso equilíbrio e, por isso, para a nossa saúde.
Nos últimos anos, principalmente com a pandemia e o confinamento, tem se discutido muito sobre o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Quando existe um desequilíbrio neste aspeto, em que as fronteiras entre o trabalho e o lazer estão ausentes, a Saúde Mental e Física da pessoa pode começar a deteriorar-se.
Mas não é só o desequilíbrio entre trabalho e lazer que ameaça a Saúde Mental e Física dos trabalhadores, existem outros riscos psicossociais que também o fazem. Apresentamos-lhe alguns:
- Riscos relacionados com as tarefas laborais:
- O conteúdo do trabalho não tem significado para o trabalhador;
- O trabalho não permite ao trabalhador aplicar os seus conhecimentos e competências;
- A carga de trabalho é superior à capacidade do trabalhador;
- A carga de trabalho é inferior à capacidade do trabalhador;
- Existe falta de autonomia e controlo sobre as tarefas e a organização do trabalho;
- Existe um grau elevado de automatização e repetição das tarefas;
- O trabalhador realiza tarefas perigosas.
- Riscos relacionados com a organização do trabalho:
- Os horários de trabalho são contínuos e excessivos, ultrapassando as 8 horas diárias;
- Os horários são por turnos;
- Existem poucas pausas para descanso e são de curta duração (mais de 5 horas de trabalho seguido);
- As exigências superiores são contraditórias.
- Riscos relacionados com a estrutura da organização:
- As funções e o papel do colaborador são indefinidos;
- Existe falta de comunicação interna;
- Existem conflitos e más relações entre colaboradores;
- Há falta de oportunidades de promoção e de desenvolvimento profissional;
- Há um baixo nível ou inexistência de recompensas ou compensações.
- Outros riscos:
- A entidade tem uma imagem social negativa;
- A distância entre a morada do trabalhador e o local de trabalho é grande;
- Existe incerteza quanto ao futuro do posto de trabalho;
- O ambiente laboral é de conflito;
- Existe falta de apoio por parte da administração e dos colegas;
- Existem episódios de assédio e violência;
- Há dificuldade em conciliar a vida laboral e a vida familiar;
- Existe stress ocupacional.
Ora, estes riscos têm inúmeras consequências:
- Na saúde: Burnout; Perturbações de Ansiedade; Depressão; Somatização; aumento dos acidentes no trabalho; aumento dos custos de saúde.
- Na relação colaborador-entidade: diminuição da motivação; diminuição do desempenho; diminuição da produtividade; diminuição do compromisso dos trabalhadores com a entidade empregadora; aumento do absentismo, do presentismo (comparece ao trabalho, mas não há foco nas tarefas ou produtividade) e dos conflitos no trabalho; aumento da intenção de sair da entidade.
- A nível económico para o país: custo económico pelos problemas de saúde psicológica e pela redução da produtividade
A responsabilidade de garantir o bem-estar laboral de cada um dos trabalhadores é de TODOS.
Respeite os seus limites.
Fontes:
Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2019). Prosperidade e Sustentabilidade das Organizações: Relatório do Custo do Stresse e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho, em Portugal. https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/relatorio_riscos_psicossociais.pdf
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