Sinais de alerta sobre a adaptação do(a) seu(sua) filho(a) à escola

Sinais de alerta sobre a adaptação do(a) seu(sua) filho(a) à escola 

Sinais de alerta a que deve estar atento/a: 

    • Choro frequente  
    • Maior irritabilidade 
    • Mal-estar ou dores frequentes, como dores de cabeça e/ou dores de barriga 
    • Evitamento de atividades do dia-a-dia (ir à escola, estar com os amigos, entre outras) 
    • Dificuldades de concentração 
    • Maior necessidade de atenção 
    • Sono alterado: dificuldades em dormir, acordar frequentemente durante a noite, pesadelos frequentes 
    • Preocupações e pensamentos negativos frequentes 
    • Alterações de apetite 
    • Necessidade mais frequente de ir à casa de banho 
  •  

 Converse com o(a) seu(sua) filho(a), transmitindo-lhe segurança e compreensão. 

 Ana Sofia Santos 

#crianças #adolescentes #escola #sinaisdealerta 

Regresso às aulas – Dicas para pais e cuidadores

Regresso às aulas – Dicas para pais e cuidadores

    1. Seja tolerante e paciente: as crianças e adolescentes podem demorar algum tempo a adaptarem-se às novas rotinas depois dos meses de férias.
    2. Mantenha-se atenta/o: o novo ano escolar pode ter um grande impacto nas crianças e adolescentes, originando medos, ansiedade e alterações de humor;
    3. Comunique: ouça as dúvidas que possam ter e procure responder; tente saber como está a ser a adaptação da criança/adolescente à escola e ao ano escolar e incentive a expressão das suas emoções;
    4. Trabalhem em conjunto: envolva a criança/adolescente na organização do regresso à escola.

Ana Sofia Santos

#regressoasaulas #dicasaulas #pais #crianças #adolescentes

Regresso às aulas – Dicas para crianças e adolescentes

Regresso às aulas – Dicas para crianças e adolescentes

As férias mudam as rotinas das crianças e dos adolescentes, por isso o regresso às aulas é novamente um tempo de alterações nas rotinas.

Assim, as crianças e os adolescentes devem:

    • Retomar os hábitos de sono: dormir as horas adequadas e ter horários fixos para dormir e para acordar;
    • Reduzir o uso de tecnologias: quando a escola começar, os horários vão mudar e é necessário foco e concentração nas aulas;
    • Organizar o material escolar e o local de estudo em casa: analisar o material do ano anterior que ainda está bom e preparar com antecedência; e ainda, organizar um local arrumado e sossegado em casa onde possa estudar.
    • Partilhar as preocupações: comunicar emoções e receios quanto ao regresso à escola com um adulto de confiança.

Ana Sofia Santos

#regressoasaulas #dicasaulas #crianças #adolescentes #escola

Regresso às aulas – Medos e ansiedade das crianças e adolescentes

Regresso às aulas – Medos e ansiedade das crianças e adolescentes

 O início do novo ano escolar é um momento que pode trazer ansiedade e medos aos pais e aos filhos.

As crianças e adolescentes podem apresentar receios e ansiedade relativamente:

    • Ao reencontro com coleguinhas e professores já conhecidos;
    • Ao encontro com novos colegas e professores;
    • Ao desempenho escolar;
    • À adaptação ao novo ano, principalmente quando se tratam de transições escolares;
    • À entrada numa escola nova;
    • Às novas rotinas e exigências diárias.

Ana Sofia Santos

#regressoasaulas #escola #ansiedadeescolar #criancas #adolescentes

A verdade sobre perturbação de ansiedade generalizada em crianças e adolescentes

Perturbação de Ansiedade Generalizada em Crianças e Adolescentes

A Perturbação de Ansiedade Generalizada caracteriza-se por:

  • Ansiedade e preocupação excessivas que ocorrem em mais de metade dos dias durante pelo menos 6 meses, relativamente a vários acontecimentos ou atividades (e.g., desempenho laboral ou escolar).
  • Dificuldades em controlar a preocupação.
  • Ansiedade e preocupação associadas com pelo menos um dos seguintes sintomas:
    • Agitação, nervosismo ou tensão;
    • Fadiga fácil;
    • Dificuldades de concentração;
    • Irritabilidade;
    • Tensão muscular;
    • Perturbações do sono: dificuldade em adormecer ou em permanecer a dormir, ou sono insatisfatório.
  • A ansiedade, preocupação ou sintomas físicos provocam mal-estar significativo ou prejuízos em várias áreas do funcionamento.

Normalmente, as crianças e adolescentes com esta perturbação de ansiedade são excessivamente perfecionistas e inseguras, tendem a refazer as tarefas devido à insatisfação recorrente que sentem relativamente ao seu desempenho.

O início da Perturbação de Ansiedade Generalizada raramente ocorre antes da adolescência. Nas crianças e adolescentes, as preocupações são, na maioria das vezes, relativas à qualidade das suas capacidades na escola e nos eventos desportivos, mesmo que o seu desempenho não esteja a ser avaliado pelos outros. Em alguns casos, as preocupações também podem ser sobre acontecimentos catastróficos, como sismos ou guerras.

Intervenção

Crianças e Adolescentes com Perturbação de Ansiedade Generalizada beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre como as preocupações e a Ansiedade Generalizada funcionam;
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que as situações deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que o/a adolescente compreenda que tem de se expor a elas para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça;
  • Ajudar a criança ou adolescente a desafiar os seus pensamentos;
  • Reforço da coragem e da autoestima do/a adolescente;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade;
  • Intervenção junto dos cuidadores, quando existe um padrão familiar orientado para o perigo e a catastrofização (ver as coisas como catástrofes e negativas)

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que ajude na diminuição da ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Barnhill, J. W. (2020). Transtorno de ansiedade generalizado. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/transtorno-de-ansiedade-generalizado-tag

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

#ansiedadegeneralizada #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos

Sabe o que é Agorafobia em adolescentes?

Agorafobia em Adolescentes

A Agorafobia é uma perturbação de ansiedade que inclui sintomatologia como:

  • Medo ou ansiedade marcados em mais do que um destes locais:
    • Transportes públicos (e.g., autocarros, comboios, aviões, etc.);
    • Espaços abertos (e.g., parques de estacionamento, mercados ao ar livre, pontes, etc.);
    • Espaços fechados (e.g., lojas, cinemas, etc.);
    • Numa fila ou multidão;
    • Fora de casa sozinho/a.
  • Medo ou evitamento dessas situações devido a pensamentos de que a fuga pode ser difícil ou de que não terá ajuda disponível caso desenvolva sintomas de pânico, incapacitantes ou embaraçosos.
  • Medo e ansiedade quase sempre presentes perante as situações agorafóbicas.
  • Evitamento ativo (comporta-se intencionalmente de forma a prevenir ou minimizar o contacto) das situações ou precisando da presença de alguém ou sendo suportadas com medo e ansiedade intensos.
  • Medo e ansiedade desproporcionais relativamente ao perigo real que as situações pressupõem.
  • Medo, ansiedade ou evitamento persistem por pelo menos 6 meses ou mais.
  • Estes sintomas causam um mal-estar clinicamente significativo e défices sociais, escolares, ocupacionais ou noutras áreas do funcionamento.

Normalmente, esta perturbação surge na adolescência, sendo a sua idade média de aparecimento por volta dos 17 anos.

Intervenção

Crianças e Adolescentes com Agorafobia beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre como a Agorafobia funciona;
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que as situações agorafóbicas deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que o/a adolescente compreenda que tem de se expor a elas para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Reforço da coragem e da autoestima do/a adolescente;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações agorafóbicas;
  • Exposição gradual às situações agorafóbicas.

Em alguns casos, o/a adolescente também pode beneficiar de medicação que ajude na diminuição da ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

#agorafobia #ansiedade #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos

Fobia Social ou Perturbação de Ansiedade Social em Crianças e Adolescentes

Fobias Específicas em Crianças e Adolescentes

O diagnóstico de fobias específicas em crianças tem uma particularidade, porque os medos são muito comuns nas crianças, fazendo parte do seu desenvolvimento e, por isso, na maioria das vezes são transitórios e apenas ligeiramente incapacitantes. Assim, o diagnóstico numa criança deve ter em conta a avaliação do grau de incapacidade, da duração do medo, ansiedade ou evitamento e da fase de desenvolvimento da criança para perceber se é algo típico dessa fase ou não.

A Fobia Específica enquanto Perturbação de Ansiedade, normalmente, desenvolve-se durante o início da infância, maioritariamente antes dos 10 anos. A idade média de início é entre os 7 e os 11 anos. Normalmente, as fobias que aparecem na infância são mais dos tipos ambiente natural, animais, ou sangue-injeções-ferimentos e as fobias situacionais ocorrem numa idade mais tardia.

            A Fobia Especifica constitui-se como uma Perturbação de Ansiedade quando:

  • Existe medo ou ansiedade marcados relativamente a um objeto ou situação específicos (e.g., animais, sangue, injeção). Tal medo ou ansiedade em crianças pode ser manifestado por choro, imobilidade ou birras.
  • Há medo ou ansiedade quase sempre imediatos perante o objeto ou a situação fóbicos.
  • O medo e a ansiedade sentidos são desproporcionais ao perigo real que o objeto ou a situação específicos colocam.
  • O medo, ansiedade ou evitamento são persistentes, durando 6 meses ou mais.
  • O medo, ansiedade ou evitamento causam mal-estar significativo e interferem nos funcionamentos social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes.

Intervenção

            Crianças e Adolescentes com Fobias Especificas beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre a autoperpetuação dos medos: os medos continuarão a existir à medida que a criança/adolescente, quando exposta ao objeto ou situação fóbicos, se retira ou o/a evita sem que a ansiedade atinja o seu pico e comece a diminuir.
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que o objeto ou situação fobicos deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que a criança ou adolescente compreenda que tem de se expor ao/à mesmo/a para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações fóbicas;
  • Exposição gradual ao objeto ou situação fóbicos;
  • Intervenção junto das figuras de vinculação para que supervisionem a criança ou adolescente durante a realização das tarefas fora das consultas.

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que diminua a ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

Waite, J., Crawford, H., & Royston, R. (2015). Anxiety: A guide for parents. Cerebra.

#fobias #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos

Fobias Específicas em Crianças e Adolescentes

Fobias Específicas em Crianças e Adolescentes

O diagnóstico de fobias específicas em crianças tem uma particularidade, porque os medos são muito comuns nas crianças, fazendo parte do seu desenvolvimento e, por isso, na maioria das vezes são transitórios e apenas ligeiramente incapacitantes. Assim, o diagnóstico numa criança deve ter em conta a avaliação do grau de incapacidade, da duração do medo, ansiedade ou evitamento e da fase de desenvolvimento da criança para perceber se é algo típico dessa fase ou não.

A Fobia Específica enquanto Perturbação de Ansiedade, normalmente, desenvolve-se durante o início da infância, maioritariamente antes dos 10 anos. A idade média de início é entre os 7 e os 11 anos. Normalmente, as fobias que aparecem na infância são mais dos tipos ambiente natural, animais, ou sangue-injeções-ferimentos e as fobias situacionais ocorrem numa idade mais tardia.

            A Fobia Especifica constitui-se como uma Perturbação de Ansiedade quando:

  • Existe medo ou ansiedade marcados relativamente a um objeto ou situação específicos (e.g., animais, sangue, injeção). Tal medo ou ansiedade em crianças pode ser manifestado por choro, imobilidade ou birras.
  • Há medo ou ansiedade quase sempre imediatos perante o objeto ou a situação fóbicos.
  • O medo e a ansiedade sentidos são desproporcionais ao perigo real que o objeto ou a situação específicos colocam.
  • O medo, ansiedade ou evitamento são persistentes, durando 6 meses ou mais.
  • O medo, ansiedade ou evitamento causam mal-estar significativo e interferem nos funcionamentos social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes.

Intervenção

            Crianças e Adolescentes com Fobias Especificas beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre a autoperpetuação dos medos: os medos continuarão a existir à medida que a criança/adolescente, quando exposta ao objeto ou situação fóbicos, se retira ou o/a evita sem que a ansiedade atinja o seu pico e comece a diminuir.
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que o objeto ou situação fobicos deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que a criança ou adolescente compreenda que tem de se expor ao/à mesmo/a para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações fóbicas;
  • Exposição gradual ao objeto ou situação fóbicos;
  • Intervenção junto das figuras de vinculação para que supervisionem a criança ou adolescente durante a realização das tarefas fora das consultas.

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que diminua a ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

Waite, J., Crawford, H., & Royston, R. (2015). Anxiety: A guide for parents. Cerebra.

#fobias #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos

Mutismo seletivo

Mutismo seletivo

            O Mutismo Seletivo é uma perturbação de ansiedade que se caracteriza pela incapacidade de a criança falar em situações sociais especificas, falando noutras situações.

            Normalmente, as crianças e adolescentes com esta perturbação não iniciam conversas ou não respondem quando os outros lhes falam, podendo tal acontecer nas interações sociais com outras crianças/adolescentes ou com adultos. Com os membros da família próxima em casa podem falar, mas frequentemente com amigos próximos ou familiares de segundo grau (e.g., avós, primos, etc.) apresentam esta dificuldade. Tal dificuldade, pode interferir com o rendimento escolar, quando as crianças recusam falar na escola, impedindo a avaliação das suas capacidades pelos professores.

            Muitas vezes, as crianças com Mutismo Seletivo apresentam: timidez excessiva, isolamento e retraimento social, medo da vergonha em situações sociais, tendência para ficar muito “coladas” às principais figuras de vinculação, traços compulsivos, birras ou comportamentos de oposição ligeiros e negativismo.

            Geralmente, esta perturbação verifica-se antes dos 5 anos, mas pode ser só detetada com a entrada na escola pelo aumento das interações sociais e das situações de desempenho.

Intervenção

            Crianças e Adolescentes com Mutismo Seletivo beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Reforço da coragem e autoestima da criança;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto;
  • Treino em técnicas de relaxamento;
  • Intervenção junto das figuras de vinculação para gradualmente se afastarem da criança em momentos de interação com outras pessoas para que esta se habitue à interação social com elas;
  • Envolvimento da escola na intervenção para criação gradual de situações sociais que permitam à criança ir se sentindo mais confortável para ultrapassar a dificuldade.

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que diminua a ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

#mutismoseletivo #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos

Tudo sobre ansiedade de separação em crianças e adolescentes

Ansiedade de Separação em Crianças e Adolescentes

A Ansiedade de Separação é um tipo de ansiedade comum na infância, uma vez que faz parte do desenvolvimento da criança o medo da separação das figuras cuidadoras e de estranhos. Tal ansiedade é muito comum em bebés por volta dos 12 meses que costumam apresentar medo perante pessoas estranhas.

No entanto, a Ansiedade de Separação pode também constituir uma perturbação de ansiedade, que se caracteriza por medo e ansiedade excessivos relativamente à separação daqueles a quem está vinculado, quando inadequado para o nível de desenvolvimento do individuo. O início desta perturbação pode ser precoce na idade pré-escolar; no entanto, pode ocorrer em qualquer altura da infância e, em casos mais raros, na adolescência. Normalmente, pode se apresentar como um problema clinicamente significativo na transição para a escola, em que a criança mostra relutância ou evita por completo ir para a escola de forma a evitar a separação.

As crianças ou adolescentes com Perturbação de Ansiedade de Separação podem apresentar sintomas como:

  • Mal-estar excessivo e persistente que ocorre ou é antecipado pela separação das principais figuras de vinculação ou da casa.
  • Preocupação excessiva e recorrente pela perda dos cuidadores ou por possíveis eventos negativos que possam acontecer a essas pessoas (e.g., doenças, lesões, acidentes, morte).
  • Preocupação excessiva e recorrente relativamente à possibilidade de que um acontecimento adverso leve à separação relativamente à figura de vinculação (e.g., perder-se, ter um acidente, ser raptado, etc.).
  • Relutância ou recusa em sair de casa para a escola ou para outro local por medo da separação.
  • Relutância ou recusa em dormir fora de casa ou em adormecer sem a presença da(s) figura(s) de vinculação.
  • Pesadelos recorrentes que envolvem conteúdos de separação.
  • Queixas recorrentes de sintomas físicos, tais como dores de barriga, vómitos, dores de cabeça, quando ocorre ou se antecipa a separação.

Tanto o medo, a ansiedade ou o evitamento são persistentes, durando pelo menos 4 semanas nas crianças e adolescentes.

Assim, as crianças com esta perturbação, quando separadas das figuras de vinculação, podem apresentar tristeza, apatia, isolamento social e/ou dificuldades em concentrar-se nas tarefas, sejam de trabalhos ou de brincadeiras. Além disso, quando muito perturbadas relativamente à separação, as crianças podem apresentar zanga ou ser agressivas para aqueles que causam/forçam a separação. Crianças com Perturbação de Ansiedade de Separação podem ser descritas como exigentes, intrusivas, com uma necessidade de atenção permanente.

Intervenção

            Crianças e Adolescentes com Perturbação de Ansiedade de Separação beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Treino em técnicas de relaxamento;
  • Reforço da coragem e autoestima da criança;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto;
  • Reforço sistemático das separações: sistema de recompensas;
  • Intervenção junto das figuras de vinculação para gerir as situações de despedida e os protestos;
  • Envolvimento da escola na intervenção com a receção da criança à entrada por outro adulto da escola que transmita segurança e confiança ou pelos colegas.

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que diminua a ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

Elia, J. (2021). Transtornos de ansiedade da separação. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/transtornos-mentais-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes/transtornos-de-ansiedade-da-separa%C3%A7%C3%A3o

#ansiedadedeseparação #crianças #adolescentes #saudemental

Ana Sofia Santos