Perturbação de Ansiedade Generalizada em Crianças e Adolescentes

A Perturbação de Ansiedade Generalizada caracteriza-se por:

  • Ansiedade e preocupação excessivas que ocorrem em mais de metade dos dias durante pelo menos 6 meses, relativamente a vários acontecimentos ou atividades (e.g., desempenho laboral ou escolar).
  • Dificuldades em controlar a preocupação.
  • Ansiedade e preocupação associadas com pelo menos um dos seguintes sintomas:
    • Agitação, nervosismo ou tensão;
    • Fadiga fácil;
    • Dificuldades de concentração;
    • Irritabilidade;
    • Tensão muscular;
    • Perturbações do sono: dificuldade em adormecer ou em permanecer a dormir, ou sono insatisfatório.
  • A ansiedade, preocupação ou sintomas físicos provocam mal-estar significativo ou prejuízos em várias áreas do funcionamento.

Normalmente, as crianças e adolescentes com esta perturbação de ansiedade são excessivamente perfecionistas e inseguras, tendem a refazer as tarefas devido à insatisfação recorrente que sentem relativamente ao seu desempenho.

O início da Perturbação de Ansiedade Generalizada raramente ocorre antes da adolescência. Nas crianças e adolescentes, as preocupações são, na maioria das vezes, relativas à qualidade das suas capacidades na escola e nos eventos desportivos, mesmo que o seu desempenho não esteja a ser avaliado pelos outros. Em alguns casos, as preocupações também podem ser sobre acontecimentos catastróficos, como sismos ou guerras.

Intervenção

Crianças e Adolescentes com Perturbação de Ansiedade Generalizada beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre como as preocupações e a Ansiedade Generalizada funcionam;
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que as situações deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que o/a adolescente compreenda que tem de se expor a elas para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça;
  • Ajudar a criança ou adolescente a desafiar os seus pensamentos;
  • Reforço da coragem e da autoestima do/a adolescente;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade;
  • Intervenção junto dos cuidadores, quando existe um padrão familiar orientado para o perigo e a catastrofização (ver as coisas como catástrofes e negativas)

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que ajude na diminuição da ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Barnhill, J. W. (2020). Transtorno de ansiedade generalizado. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/transtorno-de-ansiedade-generalizado-tag

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

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Ana Sofia Santos