E quando o luto se torna complicado?

O luto também pode tornar-se patológico, tomando o nome de Luto Complicado. Tal acontece quando a pessoa, com o passar do tempo, continua com dificuldades em aceitar a perda e isso começa a interferir no seu funcionamento global (Carqueja, 2017).

Os fatores que nos permitem de certa forma distinguir um processo de luto normal de um processo de luto patológico ou não normativo são a intensidade e a duração dos sentimentos e comportamentos ou a incapacidade de demonstrar qualquer reação relacionada com o luto, considerando outros determinantes sociais e pessoais, como por exemplo, a cultura (ou seja, as práticas de luto características da respetiva cultura) e a personalidade da pessoa (se exprime mais as suas emoções ou se, pelo contrário, as contém) (Barreto & Soler, 2007; Carqueja, 2017). Nestes casos, o luto pode ser (Gabriel et al., 2021):

  • Luto crónico: a pessoa não consegue integrar a perda e o processo de luto mantém-se estático no tempo;
  • Luto inibido: a pessoa suprime as manifestações de luto, simplesmente não realizando o processo de luto; nestes casos, normalmente, a pessoa manifesta pensamentos intrusivos, sintomatologia física, tensão emocional e física e evita falar da pessoa ou da perda;
  • Luto traumático: resultante de perdas súbitas, violentas, inesperadas, “contranatura”, entre outras, como são o caso de perder alguém, por exemplo, por homicídio, suicídio ou perder um filho.

Fontes:

Barreto, P., & Soler, C. (2007). Muerte y duelo. Síntesis.

Carqueja, E. (2017). Luto: Um processo dinâmico. In H. Salazar (Coord.), Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos (pp. 57-88). Pactor.

Gabriel, S., Paulino, M., & Baptista, T. M. (2021). Luto: Manual de Intervenção Psicológica. Pactor.

Ana Sofia Santos

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