Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica – 07 de março

1ª Publicação:

Hoje, dia 07 de março, assinala-se o Dia de Luto Nacional pelas Vítimas de Violência Doméstica.

A violência doméstica continua a ser um flagelo em Portugal e não parece ter forma de terminar.

Em 2022, ocorreram cerca de 28 homicídios voluntários em contexto de violência doméstica, de entre os quais acometeram 24 mulheres e 4 crianças (Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género [CIG], 2023). Desde 2019 que são participadas anualmente à PSP e à GNR cerca de 30 mil ocorrências de violência doméstica (CIG, 2023).

Um psicólogo pode ajudar (Manita, 2009):

  • A analisar as situações mais frequentes de violência, os fatores que as precipitam e a os contextos em que ocorrem;
  • A planificar a reação a ter durante os episódios de violência;
  • A prevenir situações de risco: aprender a reconhecer os sinais de tensão que antecedem um episodio violento;
  • A elaborar o plano de segurança pessoal.

Contactos úteis:

  • Número 800 202 148 (serviço telefónico de informação gratuito, anónimo e confidencial, que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano)
  • Linha SMS 3060 (serviço de mensagens gratuito e confidencial).
  • E-mail violencia@cig.gov.pt (serviço de correio eletrónico para dúvidas, pedidos de apoio e de suporte emocional).

Fontes:

Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. (2023). Portal da violência doméstica: Indicadores estatísticos. https://www.cig.gov.pt/area-portal-da-violencia/portal-violencia-domestica/indicadores-estatisticos/

Manita, C., Ribeiro, C., & Peixoto, C. (2009). Violência doméstica: Compreender para intervir – Guia de boas práticas para profissionais de instituições de apoio a vitimas. Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. https://www.cig.gov.pt/siic/pdf/2014/siic-VD2_GBP_Profissionais_apoio_vitimas.pdf

#violênciadoméstica #prevenção

2ª Publicação:

Um Plano de Segurança consiste na análise da situação atual da vítima, na identificação das situações de risco e na definição de estratégias que promovam a segurança da vítima, previnam as situações de risco e orientem o processo de mudança.

Um psicólogo pode ajudar na elaboração de um Plano de Segurança completo e adequado a cada situação.

Hoje, trazemos-lhe algumas das medidas que são elaboradas num Plano de Segurança

 (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, 2010; Manita et al., 2009):

  1. Para sua segurança durante um ato violento:
  • Proteja a cabeça, o peito e a barriga;
  • Afaste-se de divisões da casa onde existam facas, tesouras e/ou armas de fogo;
  • Evite ficar “presa/o” em divisórias da casa sem saída;
  • Combine com vizinhos que devem chamar a Polícia se ouvirem gritos, etc.
  1. Para uma possível fuga de casa:
  • Defina para onde vai (casa de alguém conhecido, associação, etc.) e combine antecipadamente;
  • Defina o meio de transporte a usar;
  • Defina e organize que documentos, roupas e objetos levar consigo;
  • Organize os elementos de prova de violência (exames médicos, cópias de queixas anteriores, etc.);
  • Para o caso de ter de fugir de casa de repente, tenha sempre preparado: mochila com roupas, medicamentos, documentos, dinheiro, lista de números de telefone importantes (família, amigos, GNR, PSP, etc.).
  1. Para se proteger do(a) agressor(a) estando em casa e se ele/a tentar entrar:
  • Tranque sempre portas e janelas;
  • Reforce a segurança das portas e das janelas;
  • Se viviam juntos(as) anteriormente, mude as fechaduras;
  • Coloque alarme em casa;
  • Avise a Polícia de que está a ser ameaçada(o) e/ou perseguida(o);
  • Avise familiares, amigos e vizinhos.
  1. Para preparar independência económica:
  • Abra uma conta individual no banco e vá depositando algum dinheiro;
  • Arrende uma casa;
  • Defina a quem pedir ajudar.
  1. Para segurança no local de trabalho ou em público:
  • Informe o seu superior do que se passa;
  • Peça a um(a) colega para fixar as pessoas que telefonam para o local de trabalho para falar consigo;
  • Planeie sempre o que vai fazer depois de sair do local de trabalho e informe um colega do que pretende fazer;
  • Planeie que transportes públicos vai usar e avise um colega do trajeto;
  • Mude de itinerários comparativamente aos que fazia quando vivia com o agressor;
  • Evite andar sozinha na rua.
  1. Para a sua saúde mental:
  • Não se isole: o contacto com familiares, amigos e até outras vítimas é um bom recurso para não se sentir sozinha/o e se sentir apoiada/o.
  • Tenha acompanhamento psicológico ou psiquiátrico frequentemente;
  • Aprenda a ter pensamentos como “Eu posso ser feliz”, “Eu quero ser feliz” e “Eu vou ser feliz”.
  • Escreva sobre o que pensa e o que sente;
  • Fale dos seus sentimentos com alguém em quem confia;
  • Faça exercício físico regularmente;
  • Dedique-se a atividades que lhe tragam prazer (e.g., dança, leitura, pintura, etc.).
  1. Para a segurança dos seus filhos:
  • Ensine os seus filhos a usar o telefone para chamar a polícia ou para recorrer à ajuda de alguém de confiança;
  • Informe a escola dos seus filhos da situação e indique quem pode e quem não pode levar as crianças;
  • Ensine os seus filhos a não revelar onde estão e a não viajarem com o outro pai sem autorização;
  • Ensine os seus filhos a não abrir a porta de casa a ninguém, nem mesmo ao outro pai.

Contactos úteis:

  • Número 800 202 148 (serviço telefónico de informação gratuito, anónimo e confidencial, que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano)
  • Linha SMS 3060 (serviço de mensagens gratuito e confidencial).
  • E-mail violencia@cig.gov.pt (serviço de correio eletrónico para dúvidas, pedidos de apoio e de suporte emocional).

Fontes:

Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. (2010). Manual ALCIPE para o atendimento de mulheres vítimas de violência (2ª ed.).

Manita, C., Ribeiro, C., & Peixoto, C. (2009). Violência doméstica: Compreender para intervir – Guia de boas práticas para profissionais de instituições de apoio a vitimas. Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. https://www.cig.gov.pt/siic/pdf/2014/siic-VD2_GBP_Profissionais_apoio_vitimas.pdf

Ana Sofia Santos

#violênciadoméstica #prevenção