Quando conseguimos enfrentar os nossos medos…

Quando conseguimos enfrentar os nossos medos… ficamos contentes. 

 Sair da nossa zona de conforto e enfrentar os nossos medos pode ser assustador ao início, mas é o ponto de partida para a aprendizagem e para o crescimento. Quando conseguimos enfrentar um medo, surge, muitas vezes, uma sensação de confiança em nós e na vida. 

 Ana Sofia Santos 

Maria Angelina Pereira 

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Sabe o que é Agorafobia em adolescentes?

Agorafobia em Adolescentes

A Agorafobia é uma perturbação de ansiedade que inclui sintomatologia como:

  • Medo ou ansiedade marcados em mais do que um destes locais:
    • Transportes públicos (e.g., autocarros, comboios, aviões, etc.);
    • Espaços abertos (e.g., parques de estacionamento, mercados ao ar livre, pontes, etc.);
    • Espaços fechados (e.g., lojas, cinemas, etc.);
    • Numa fila ou multidão;
    • Fora de casa sozinho/a.
  • Medo ou evitamento dessas situações devido a pensamentos de que a fuga pode ser difícil ou de que não terá ajuda disponível caso desenvolva sintomas de pânico, incapacitantes ou embaraçosos.
  • Medo e ansiedade quase sempre presentes perante as situações agorafóbicas.
  • Evitamento ativo (comporta-se intencionalmente de forma a prevenir ou minimizar o contacto) das situações ou precisando da presença de alguém ou sendo suportadas com medo e ansiedade intensos.
  • Medo e ansiedade desproporcionais relativamente ao perigo real que as situações pressupõem.
  • Medo, ansiedade ou evitamento persistem por pelo menos 6 meses ou mais.
  • Estes sintomas causam um mal-estar clinicamente significativo e défices sociais, escolares, ocupacionais ou noutras áreas do funcionamento.

Normalmente, esta perturbação surge na adolescência, sendo a sua idade média de aparecimento por volta dos 17 anos.

Intervenção

Crianças e Adolescentes com Agorafobia beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre como a Agorafobia funciona;
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que as situações agorafóbicas deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que o/a adolescente compreenda que tem de se expor a elas para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Reforço da coragem e da autoestima do/a adolescente;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações agorafóbicas;
  • Exposição gradual às situações agorafóbicas.

Em alguns casos, o/a adolescente também pode beneficiar de medicação que ajude na diminuição da ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

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Ana Sofia Santos

Fobias Específicas em Crianças e Adolescentes

Fobias Específicas em Crianças e Adolescentes

O diagnóstico de fobias específicas em crianças tem uma particularidade, porque os medos são muito comuns nas crianças, fazendo parte do seu desenvolvimento e, por isso, na maioria das vezes são transitórios e apenas ligeiramente incapacitantes. Assim, o diagnóstico numa criança deve ter em conta a avaliação do grau de incapacidade, da duração do medo, ansiedade ou evitamento e da fase de desenvolvimento da criança para perceber se é algo típico dessa fase ou não.

A Fobia Específica enquanto Perturbação de Ansiedade, normalmente, desenvolve-se durante o início da infância, maioritariamente antes dos 10 anos. A idade média de início é entre os 7 e os 11 anos. Normalmente, as fobias que aparecem na infância são mais dos tipos ambiente natural, animais, ou sangue-injeções-ferimentos e as fobias situacionais ocorrem numa idade mais tardia.

            A Fobia Especifica constitui-se como uma Perturbação de Ansiedade quando:

  • Existe medo ou ansiedade marcados relativamente a um objeto ou situação específicos (e.g., animais, sangue, injeção). Tal medo ou ansiedade em crianças pode ser manifestado por choro, imobilidade ou birras.
  • Há medo ou ansiedade quase sempre imediatos perante o objeto ou a situação fóbicos.
  • O medo e a ansiedade sentidos são desproporcionais ao perigo real que o objeto ou a situação específicos colocam.
  • O medo, ansiedade ou evitamento são persistentes, durando 6 meses ou mais.
  • O medo, ansiedade ou evitamento causam mal-estar significativo e interferem nos funcionamentos social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes.

Intervenção

            Crianças e Adolescentes com Fobias Especificas beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre a autoperpetuação dos medos: os medos continuarão a existir à medida que a criança/adolescente, quando exposta ao objeto ou situação fóbicos, se retira ou o/a evita sem que a ansiedade atinja o seu pico e comece a diminuir.
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que o objeto ou situação fobicos deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que a criança ou adolescente compreenda que tem de se expor ao/à mesmo/a para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações fóbicas;
  • Exposição gradual ao objeto ou situação fóbicos;
  • Intervenção junto das figuras de vinculação para que supervisionem a criança ou adolescente durante a realização das tarefas fora das consultas.

Em alguns casos, a criança ou adolescente também pode beneficiar de medicação que diminua a ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

Waite, J., Crawford, H., & Royston, R. (2015). Anxiety: A guide for parents. Cerebra.

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Ana Sofia Santos

Medos comuns em crianças e adolescentes

Medos comuns em crianças e adolescentes

As crianças, tal como os adultos, ocasionalmente sentem alguma ansiedade. Na infância e na adolescência, os estímulos que causam medo e ansiedade vão mudando, consoante ocorre também o desenvolvimento das competências cognitivas e sociais e das preocupações de cada um. Esses medos e ansiedade podem não ser sinais de uma perturbação. Tanto o medo como a ansiedade são emoções que todos temos. No entanto, se a criança ou o/a adolescente ficar com tanto medo e com tanta ansiedade que causam um mal-estar clinicamente significativo e que interferem nos funcionamentos social, escolar, ocupacional ou noutras áreas importantes, ele/a pode ter uma perturbação de ansiedade.

De seguida, apresentamos-lhe os medos que mais comummente se desenvolvem ao longo da infância e da adolescência:

Primeiros 6 meses de vida: estimulação extrema como barulhos intensos e a perda de suporte nos cuidados são situações que causam muito medo.

Dos 6 aos 12 meses: medo de estranhos e da separação das figuras cuidadoras.

Dos 2 aos 4 anos: medo de criaturas imaginárias ou sobrenaturais por ainda não conseguir distinguir a fantasia da realidade; tais como: escuro, potenciais assaltantes e monstros.

Dos 5 aos 7 anos:  como há o desenvolvimento da tomada de consciência sobre o mundo natural surgem medos relacionados com animais, desastres naturais e outros medos originados a partir de informações veiculadas pelos media, como doenças e a morte, por exemplo.

Dos 8 aos 11 anos: com a entrada para a escola e os primeiros anos escolares, verificam-se medos relacionados com o desempenho académico e desportivo.

Dos 12 aos 18 anos: com a adolescência surge o medo principalmente por rejeição dos pares e mantém-se muitas vezes o medo relacionado com o desempenho escolar. Principais perturbações de ansiedade: Fobia Social, Agorafobia e Perturbação de Pânico.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

Elia, J. (2021). Considerações gerais sobre transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes. https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/transtornos-mentais-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-ansiedade-em-crian%C3%A7as-e-adolescentes

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Ana Sofia Santos