ÁREAS DE INTERVENÇÃO

Alimentar, Perturbações do Comportamento Alimentar, Anorexia nervosa e Bulimia

O que são Perturbações do Comportamento Alimentar?

 

As Perturbações do Comportamento Alimentar caracterizam-se por distúrbios graves nas atitudes e comportamentos relacionados com a comida e a imagem corporal. Normalmente, incluem alterações dos pensamentos, das emoções e do comportamento que se refletem em mudanças no padrão de ingestão alimentar.

As perturbações mais comuns são:

  • Perturbação de Compulsão Alimentar: caracteriza-se por episódios recorrentes de consumos descontrolados de elevadas porções de comida;
  • Perturbação de Anorexia Nervosa: caracteriza-se pela tentativa de controlo do peso através da ingestão de poucos alimentos, da realização de exercício físico exagerado; ou das duas coisas. Normalmente, existe um medo excessivo de ganhar peso e uma perceção distorcida da imagem corporal;
  • Perturbação de Bulimia Nervosa: caracteriza-se por episódios de compulsão alimentar (consumo excessivo de alimentos) seguidos de comportamentos compensatórios desadequados, como a indução de vómito, a realização de exercício físico excessivo, o uso indevido de laxantes, entre outros, para evitar o aumento de peso.

Quais são as manifestações típicas das Perturbações do Comportamento Alimentar?

Os sintomas de uma Perturbação do Comportamento Alimentar podem incluir:

  • Passar muito tempo preocupada/o com o seu peso e formato corporal;
  • Comer porções muito reduzidas de alimentos;
  • Evitar eventos sociais em que a comida vai estar incluída;
  • Induzir o vómito ou tomar laxantes e/ou diuréticos depois de comer;
  • Fazer exercício físico de forma excessiva;
  • Ingerir de forma excessiva esteroides anabolizantes ou alimentos ricos em proteínas;
  • Ter rotinas e hábitos muito rígidos relativamente à comida;
  • Ter mudanças de humor, como ansiedade e/ou humor depressivo;
  • Ter problemas digestivos, como inchaço, obstipação ou diarreia;
  • Estar desidratado;
  • Sentir-se cansado/a, frio/a ou com tonturas;
  • Ter dores, formigueiro ou dormência nos braços e pernas devido a má circulação;
  • Ter um peso elevado ou muito baixo para a sua idade ou altura;
  • Não ter a menstruação.

Uma Perturbação do Comportamento Alimentar persistente no tempo pode levar ainda a complicações mais graves:

  • Comprometimento cardíaco: com bradicardia (batimento cardíaco lento) ou arritmias;
  • Distúrbios do trato gastrointestinal;
  • Problemas renais;
  • Infertilidade;
  • Hipotermia;
  • Problemas nos ossos: osteoporose ou osteopenia (diminuição da massa óssea);
  • Alterações no sangue: leucopenia (diminuição de glóbulos brancos), anemia e trombocitopenia;
  • Alterações no funcionamento do fígado;
  • Alterações endócrinas.

Qual o tratamento para as Perturbações do Comportamento Alimentar?

  • Reabilitação nutricional: no caso de pessoas com peso abaixo do indicado para a idade é fundamental reestabelecer o equilíbrio do corpo e atingir um peso saudável;
  • Psicoterapia:

Um psicólogo e/ou um psiquiatra podem ajudá-lo a:

  • Compreender e mudar as suas atitudes e comportamentos disfuncionais face à alimentação e à perturbação;
  • Perceber e desconstruir a causa ou crenças relacionadas com a alimentação e a imagem corporal;
  • Obter recursos para regular as suas emoções de forma mais adaptativa;
  • Obter recursos para lidar com problemas, dificuldades ou situações de vida mais complexos no futuro;
  • Diminuir a probabilidade de recaídas.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

American Psychiatric Association. (2010). Practice guideline for the treatment of patients with eating disorders (3rd ed.).

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: Anorexia nervosa. 

https://dictionary.apa.org/anorexia-nervosa 

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: Binge-eating disorder

https://dictionary.apa.org/binge-eating-disorder

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: Bulimia nervosa. 

https://dictionary.apa.org/bulimia-nervosa

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: Eating disorder

https://dictionary.apa.org/eating-disorder?_ga=2.219566237.509266864.1669647835-640540773.1655722933

National Health Service. (2021, 12 de fevereiro). Overview – Eating disorders

https://www.nhs.uk/mental-health/feelings-symptoms-behaviours/behaviours/eating-disorders/overview/

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2014). Contributos da Psicologia no excesso de peso, obesidade e perturbações alimentares

https://recursos.ordemdospsicologos.pt/files/artigos/cont_psic_exc_peso.pdf

Serviço Nacional de Saúde. (2022, 17 de fevereiro). Saúde mental: Perturbações do comportamento alimentar

https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/perturbacoes-do-comportamento-alimentar/#as-perturbacoes-do-comportamento-alimentar-sao-hereditarias

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Ansiedade, Perturbações de Ansiedade, Ataques de Pânico, Medo e Fobias

O que é a ansiedade?

 

A ansiedade patológica é um estado emocional caracterizado pelo medo e pela preocupação excessiva em resposta a um perigo real ou imaginário.

Quando a ansiedade se torna excessiva, começa a perturbar o funcionamento diário e pode ser desenvolvido:

  • Perturbação de ansiedade generalizada: caracteriza-se por um estado de preocupação diário, constante, persistente e excessivo sobre vários temas.
  • Perturbação de ansiedade social: medo ou ansiedade excessivos e desproporcionais relativamente a situações sociais ou em que o individuo se tem de expor publicamente.
  • Ataques de pânico: crises de ansiedade e medo súbito e intenso.
  • Fobias: medo desproporcional, excessivo e irracional relativamente a um objeto ou a uma situação específica como, por exemplo, animais, alturas, transportes públicos, entre outros.

Quais são os sintomas das perturbações de ansiedade? 

A ansiedade apresenta um conjunto de sintomas psicológicos, físicos e comportamentais.

  • A nível psicológico e cognitivo:
  • Pensamentos constantes e intrusivos, obsessivos, preocupação exagerada;
  • Sensação de apreensão e medo intenso, constante;
  • Inquietação; Irritabilidade;
  • Estado de alerta persistente – hipervigilância;
  • Dificuldades de concentração; Estreitamento da atenção, com foco na fonte do medo ou da preocupação;
  • Orientação disfuncional para os problemas: demasiado focado nos problemas, cismático, que impede de pensar em soluções e, por isso, a capacidade de resolução de problemas fica reduzida, assim como aumenta a perceção de ineficácia relativamente ao problema.
  • A nível físico:
  • Tensão muscular;
  • Falta de ar; Hiperventilação (respirar mais rápido e mais superficialmente);
  • Tonturas; Formigueiros;
  • Aumento da frequência cardíaca; Aumento da pressão sanguínea;
  • Dor ou aperto no peito; Dores de cabeça; Dores de barriga;
  • Boca seca; Problemas digestivos;
  • Transpiração;
  • A nível comportamental:
  • Dificuldade em dormir;
  • Evitamento comportamental: fuga das situações que causam ansiedade, medo ou stress, o que impede o fenómeno da habituação, a aprendizagem e a regulação emocional diante dessas situações. Portanto, não enfrentando a situação, será sempre algo que causa ansiedade, medo e stress, ou seja, o ciclo é reforçado;
  • Isolamento social.

Qual o tratamento para a ansiedade?

  • Medicação
  • Psicoterapia

Como posso prevenir as perturbações de ansiedade?

No caso de ansiedade exagerada e disfuncional, há formas de a conseguir diminuir e controlar, nomeadamente:

  • Realize exercício físico;
  • Realize atividades prazerosas;
  • Distraia-se, por exemplo, a desenhar, a pintar, a cozinhar, etc;
  • Escreva, colocando os seus pensamentos e sentimentos em papel;
  • Converse com os seus entes queridos sobre as suas preocupações;
  • Foque-se em situações que consegue controlar;
  • Realize meditações ou outros exercícios de relaxamento.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Clark, D. A., & Beck, A. T. (2009). Cognitive therapy of anxiety disorders: Science and practice. The Guilford Press.

Leahy, R. L., Holland, S. I., & McGinn, L. K. (2011). Treatment plans and interventions for depression and anxiety disorders (2nd ed.). The Guilford Press.

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2020, 9 de novembro). Fact Sheet sobre Ansiedade

https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/3137

Rangé, B. (2011). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Um diálogo com a psiquiatria (2ª ed.). Artmed.

Serviço Nacional de Saúde. (2022, 11 de fevereiro). Ansiedade

https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/ansiedade/

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#Ansiedade, #Perturbações de Ansiedade, #Ataques de Pânico, #Medo #Fobias # Ansiedade generalizada # Ansiedade social

Aprendizagem, Dificuldades de Aprendizagem

O que são dificuldades de Aprendizagem?

 

Com a entrada na escola e com a posterior evolução escolar ao longo dos anos, podem surgir dificuldades de aprendizagem decorrentes de perturbações de aprendizagem especificas ou decorrentes de outras perturbações ou problemáticas. Assim, a identificação da origem das dificuldades é um importante passo para que, posteriormente, se possa intervir da melhor forma junto da criança ou adolescente.

Quais são os tipos de Perturbações de Aprendizagem Especificas e como se manifestam?

  • Perturbação de Aprendizagem com Défice na Leitura ou Dislexia: perturbação de aprendizagem caracterizada por dificuldades no reconhecimento e descodificação de palavras, com alterações no ritmo ou fluência de leitura e na capacidade de soletração.
  • Perturbação de Aprendizagem com Défice na Escrita ou Disortografia ou Disgrafia: caracteriza-se por dificuldades em escrever sem erros gramaticais ou de pontuação e em expressar ideias com clareza na escrita.
  • Perturbação de Aprendizagem com Défice na Matemática ou Discalculia: caracterizada por dificuldades no processamento de informação numérica e na realização de cálculos.

Qual o tratamento para as Dificuldades ou Perturbações de Aprendizagem?

O tratamento para estas dificuldades passa, normalmente, pela conjugação de diferentes abordagens, como:

  • Abordagem educativa: com foco na forma como a criança ou o adolescente aprendem; normalmente, passa por programas de ensino estratégico e individualizado;
  • Abordagem farmacológica: podem ajudar nas habilidades académicas, mas ajudam principalmente em melhorar a atenção e a concentração, o que promove a aprendizagem;
  • Abordagem médica e psicológica: pode incluir as especialidades de Psiquiatria, Psicologia e Neuropsicologia, pretendendo-se a promoção de uma melhor gestão das dificuldades ou de sintomatologia que esteja associada à perturbação (e.g., ansiedade, depressão, etc.).

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

National Health Service. (2022, 10 de janeiro). Overview: Learning disabilities. 

https://www.nhs.uk/conditions/learning-disabilities/

Sulkes, S. B. (2022, fevereiro), Visão geral dos transtornos de aprendizagem. 

https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/vis%C3%A3o-geral-dos-transtornos-de-aprendizagem

#aprendizagem #dificuldadesdeaprendizagem #dislexia

# Aprendizagem # Dificuldades de Aprendizagem # Dislexia

Autismo, Perturbação do Espectro do Autismo (PEA)

O que é a Perturbação do Espectro do Autismo (PEA)?

 

A PEA é uma perturbação do neurodesenvolvimento, ou seja, que interfere com o desenvolvimento do sistema nervoso central.  A PEA manifesta-se na infância e caracteriza-se por dificuldades ou défices na interação social e na comunicação e por comportamentos ou interesses repetitivos e estereotipados.

Utiliza-se o termo Espectro na denominação da perturbação, pois as manifestações clínicas da mesma variam grandemente consoante a gravidade da condição, o nível de desenvolvimento e a idade cronológica. Assim, a PEA engloba as perturbações previamente definidas como: Autismo Infantil Precoce, Autismo de Kanner, Autismo de Alto Funcionamento, Autismo Atípico, Perturbação de Asperger, entre outras.

Quais são então os sintomas da PEA?

Os sintomas da PEA são maioritariamente (DSM-5):

  • Défice persistente na comunicação e interação sociais:
  • Reduzida partilha de interesses, emoções ou afeto;
  • Dificuldades ou fracasso em iniciar ou responder a interações sociais;
  • Pobre comunicação verbal;
  • Reduzido contacto ocular;
  • Reduzida expressão facial;
  • Ausência de interesse em partilhar jogos ou em fazer amigos;

 

  • Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades:
  • Alinhar brinquedos;
  • Ecolalia;
  • Estereotipias motoras simples;
  • Angústia excessiva perante mudanças na rotina;
  • Padrões de pensamento rígidos;
  • Interesses restritos e fixos em coisas incomuns;
  • Respostas adversas a sons;
  • Fascinação por luzes ou movimento;
  • Indiferença sensorial à temperatura e/ou à dor.

Os sintomas, normalmente, estão presentes desde a primeira infância (dos 12 meses até aos 5/6 anos).

 

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Centers for Disease Control and Prevention. (2022, 9 de março). Autism Spectrum Disorder (ASD): Treatment

https://www.cdc.gov/ncbddd/autism/treatment.html

National Institute of Mental Health. (2022, março). Autism Spectrum Disorder

https://www.nimh.nih.gov/health/topics/autism-spectrum-disorders-asd

Sulkes, S. B. (2022, fevereiro). Transtornos do espectro autista. 

https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/pediatria/dist%C3%BArbios-de-aprendizagem-e-desenvolvimento/transtornos-do-espectro-autista

# autismo

Demências e perda cognitiva

O que são?

 

A Demência caracteriza-se por um conjunto de sintomas que se traduzem num declínio continuo e progressivo das funções cognitivas, causando:

  • Perda de memória;
  • Dificuldades em expressar-se e em compreender os outros;
  • Dificuldades na capacidade de tomada de decisão;
  • Dificuldades no desempenho de tarefas mais complexas;
  • Dificuldades no sentido de orientação;
  • Dificuldade em adquirir novas aprendizagens;
  • Entre outros.

Quais são os tipos de Demências?

Existem também vários tipos de Demência, nomeadamente:

  • Doença de Alzheimer;
  • Demência Vascular;
  • Demência Frontotemporal;
  • Síndrome de Korsakoff;

Qual o tratamento?

O tratamento das Demências varia de acordo com a causa e com o estado e prognostico da doença.

  • Intervenção psicológica

A Intervenção psicológica ou psicoterapêutica pode ajudar, especialmente em     diagnósticos precoces, pois é útil o treino cognitivo e a prática de tarefas de forma a melhorar o desempenho em domínios cognitivos específicos.

  • Farmacoterapia

A Farmacoterapia também é crucial, tanto em fases iniciais como em estados mais avançados. Na fase inicial tem como objetivo atrasar a progressão da doença. Nas fases avançadas, os medicamentos podem tratar sintomas associados à Demência, melhorando a qualidade de vida e aliviando a carga sobre os cuidadores.

Fontes:

Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer. (2023). O que é o Alzheimer?

https://alzheimerportugal.org/o-que-e-a-demencia-2/

Serviço Nacional de Saúde. (2022, 5 de dezembro). Demência

https://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/demencia/#o-que-e-a-demencia

#demência #perdacognitiva #doençadealzheimer

# Demência # Perda cognitiva # Doença de Alzheimer

Depressão, Perturbações do Humor

O que é a depressão?

A depressão é uma perturbação afetiva que se caracteriza por uma série de alterações no humor que se refletem nos comportamentos, e que dura, pelo menos, duas semanas.

Quais são os sintomas da depressão? 

A depressão caracteriza-se pela presença dos seguintes sintomas, durante pelo menos duas semanas:

  • Tristeza;
  • Diminuição da motivação;
  • Diminuição do interesse ou prazer nas atividades que antes lhe causavam interesse ou prazer;
  • Alterações no apetite, com perda de peso (sem fazer dieta) ou aumento de peso significativos;
  • Alterações do sono: insónias ou hipersónia (sonolência excessiva durante o dia);
  • Fadiga ou perda de energia;
  • Tensão muscular;
  • Dores de cabeça;
  • Agitação ou lentificação psicomotoras;
  • Dificuldade em tomar decisões;
  • Diminuição da capacidade de pensar ou de concentração;
  • Desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada: pensamentos como “a culpa é minha”, “sou um fracasso”, “eu não consigo”, “não presto para nada”, entre outros;
  • Pensamentos de morte ou suicidas.

Qual o tratamento para a depressão?

  • Medicação
  • Psicoterapia

Como posso prevenir a depressão?

É recomendado que as pessoas adotem estratégias de autocuidado que permitem a melhoria de sintomas e que previnem o desenvolvimento de Depressão. Por exemplo:

  • Realizar atividade física regularmente;
  • Ter um sono reparador, dormindo as horas suficientes (8-9 horas por noite);
  • Conversar sobre o que sente;
  • Ter momentos de lazer;
  • Reforçar as relações com a família e amigos.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2021, 4 de outubro). Vamos falar sobre depressão

https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/3669

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2021, 7 de dezembro). Factsheet: Depressão

https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/3785

Serviço Nacional de Saúde. (2022, 11 de fevereiro). Depressão. 

#depressão #perturbaçõesdoHumor

# Depressão # Perturbações do Humor

Desenvolvimento da criança e adolescente

Que perturbações podem surgir no desenvolvimento da criança e adolescente?

Durante o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes podem surgir vários problemas e perturbações, nomeadamente:

  • Perturbações relacionadas com Medo e Ansiedade: Fobias, Perturbação de Ansiedade de Separação, Fobia Social, Mutismo Seletivo, etc.;

  • Perturbações do Comportamento: Perturbação Desafiante de Oposição, Perturbação Explosiva Intermitente, etc.;

  • Perturbações do Sono: Insónias, Hipersónias, Narcolepsia, Sonambulismo, Terrores Noturnos, etc.

  • Perturbações de Eliminação: Enurese noturna e/ou diurna (emissão involuntária de urina), Encoprese (emissão fecal em locais desadequados);

  • Perturbações do Neurodesenvolvimento: Incapacidade intelectual, Atraso Global do Desenvolvimento, Perturbações da Linguagem, Perturbação do Espectro do Autismo, Perturbação de Hiperatividade e/ou Défice de Atenção, Perturbações Motoras, etc.;

  • Perturbações de Somatização: Perturbação de Sintomas Somáticos, Perturbação de Ansiedade de Doença, Perturbação de Conversão, etc.;

  • Perturbações de Repetição: Perturbação Obsessivo-Compulsiva, etc.;

  • Perturbações da Alimentação, Ingestão e do Comportamento Alimentar: Pica, Perturbação de Ingestão Alimentar Evitante, Anorexia Nervosa, Bulimia Nervosa, etc.;

  • Perturbações de Uso de Substâncias;

  • Perturbações de Humor: Depressão, Perturbação Bipolar, etc.;

  • Perturbações do Espectro da Esquizofrenia e Outras Perturbações Psicóticas.

#desenvolvimentodacriança

#Desenvolvimento da criança

Desenvolvimento Pessoal

O que é o Desenvolvimento Pessoal?

O Desenvolvimento Pessoal consiste no desenvolvimento e melhoria das capacidades e competências dos indivíduos, para garantir a maior eficácia e adaptabilidade possíveis. Isso pode acontecer ao nível de diversas competências, nomeadamente: nas respostas emocionais, nos estilos de vida e de enfrentamento, na tomada de decisões, nos papéis sociais, nos valores e objetivos de vida, nas relações interpessoais, entre outras. 

Como tal, o Desenvolvimento Pessoal permite:

  • Maior autoconhecimento;
  • Maior motivação;
  • Maior resiliência;
  • Maior foco e eficácia;
  • Maior senso de direção;
  • Melhores relações.

Como é que a Psicoterapia pode ajudar no meu Desenvolvimento Pessoal?

Um Desenvolvimento Pessoal eficaz só pode acontecer se se compreender o que é que nós já somos, como funcionamos e que competências já temos para depois conseguirmos definir o que queremos alcançar e ou alterar em nós e/ou nas nossas vidas, nas suas mais diversas esferas (social, profissional, espiritual, etc.). 

A Psicoterapia permite a realização dessa avaliação para se perceber o ponto de partida e o estabelecimento de um plano de ação, no qual se definem as metas e onde se pretende chegar, assim como o que é necessário fazer para lá chegar. Além disso, pode ajudar os indivíduos a fazer avaliações mais conscientes e frequentes acerca das estratégias que estão a usar para as adaptar de acordo com o objetivo final e os resultados que se estão a obter. 

Como ocorre um processo de Desenvolvimento Pessoal?

Um processo de Desenvolvimento Pessoal, como o nome indica é algo “pessoal”, logo é um processo que deve ser individualizado e personalizado de acordo com cada pessoa. Todos nós temos personalidades, competências e experiências de vida diferentes.

Ainda assim, podem-se identificar algumas fases que servem como base a um processo de Desenvolvimento Pessoal:

  1. Analisar as necessidades:
  • Primeiramente, deve-se compreender o que precisamos/queremos desenvolver (área da vida, competência, etc.), o que implica que se faça uma análise do que já somos ou temos.
  • De seguida, é importante a definição do objetivo que queremos atingir e que vai ao encontro do preenchimento dessa necessidade encontrada.
  1. Definir um plano de ação:
  • Devem-se listar vários objetivos específicos decorrentes do nosso objetivo principal, que nos ajudarão a orientar as nossas ações.
  • Para a definição destes objetivos específicos usa-se frequentemente a estratégia SMART, que é o acrónimo para as palavras Specific, Measurable, Achievable, Relevant e Time limited. Ora, isto significa que devemos construir objetivos:
  • Específicos: escrever precisamente e detalhadamente o propósito do objetivo (onde se quer chegar e como);
  • Mensuráveis: objetivos que nos permitam perceber facilmente quando é que estes foram atingidos (como é que vamos medir esse objetivo, qual o resultado atingido);
  • Atingíveis: objetivos reais e viáveis de realizar (se temos capacidade, quais são os riscos e se podem ser colmatados);
  • Relevantes: objetivos alinhados com o que se pretende alcançar e com as necessidades (se estão alinhados entre si, se são oportunos);
  • Temporais: objetivos com um limite temporal (quando tem de ser atingida, qual o cronograma).
  1. Implementar as ações:
  • Depois da definição dos objetivos, é preciso colocá-los em prática, tomando as ações e implementando as estratégias necessárias para os atingir.
  1. Analisar e avaliar os resultados intermédios:
  • Precisamos de avaliar continuamente se o que estamos a realizar nos está a aproximar dos objetivos definidos, para se realizar adaptações caso seja necessário.
  1. Analisar o resultado final:
  • É importante que, depois de atingidos os objetivos e colmatada a necessidade, se reflita sobre todo o processo para uma síntese do que foi efetuado e aprendido durante o mesmo.

Uma expressão que é amplamente conhecida e associada ao Desenvolvimento Pessoal é a seguinte de Robert Louis Stevenson: “Sermos o que somos e tornar-nos o que somos capazes de ser é a única finalidade da vida.”

Fontes:

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: personality developmenthttps://dictionary.apa.org/personality-development 

National Health Service. (n.d.). Personal development planninghttps://www.healthcareers.nhs.uk/career-planning/developing-your-health-career/developing-your-health-career/personal-development-planning/personal-development-planning 

NHS 24 Knowledge Lab. (n.d.). Personal developmenthttp://www.knowledge.scot.nhs.uk/knowledgelab/his/personal–development.aspx 

Smith, M. (2015). A guide to personal and professional development planninghttps://madeinheene.hee.nhs.uk/Portals/13/PDP%20guidance.pdf 

#desenvolvimentopessoal

#Desenvolvimento Pessoal

Dor

Que Dor?

A dor, seja ela aguda ou crónica, é algo incomodativa e que pode ser até incapacitante. Várias patologias têm como sintomatologia associada a dor, tal como por exemplo, a fibromialgia, doenças reumatológicas, neoplasias, entre outras. Nestes casos, a adaptação à dor é, muitas vezes, complexa. 

Dores ocasionais ou constantes em partes do corpo também podem indicar que algo se passa a nível emocional. Por exemplo, dores no pescoço ou ombros num momento de vida especialmente stressante e de sobrecarga são comuns. Por exemplo, tensão muscular e contraturas frequentes podem ser sinal de ansiedade elevada. 

Qual o tratamento para a dor?

  • Medicação

  • Psicoterapia

A Psicoterapia pode ajudar com a gestão e controlo da dor com diversas técnicas tais como técnicas de relaxamento, hipnose, técnicas comportamentais, entre outras e, para além disso, com a descoberta e resolução da sua origem.

#dor

# Dor

Fala, Perturbações da comunicação, Linguagem

O que são Perturbações de comunicação?

As Perturbações da Comunicação incluem:

  • Dificuldades na comunicação (linguagem): 
  • Atraso de desenvolvimento da linguagem; 
  • Vocabulário reduzido; 
  • Dificuldade em construir frases; 
  • Dificuldade em compreender instruções simples; 
  • Padrão de fala pouco inteligível; 
  • Dificuldades em dizer palavras, gaguejando; 
  • Entre outros.
  • Problemas na motricidade orofacial: 
  • Fenda labiopalatina;
  • Alterações nos movimentos coordenados dos órgãos fonoarticulatórios (língua, lábios, mandibula e dentes).
  • Perturbações da voz: 
  • Disfonia (rouquidão);
  • Afonia (perda da voz).
  • Problemas na alimentação e deglutição: 
  • Disfagia (dificuldade na deglutição de alimentos).
  • Perturbações do neurodesenvolvimento e perturbações psicológicas: 
  • Perturbação do Espetro do Autismo;
  • Perturbação do Desenvolvimento Intelectual;
  • Mutismo Seletivo;
  • Dificuldades e Perturbações de Aprendizagem Especificas (dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia);
  • Entre outras.
  • Alterações neurológicas: 
  • Afasia;
  • Disartria; 
  • Paralisia Cerebral;
  • Traumatismos Crânio-Encefálicos;
  • Gaguez;
  • Entre outros.

Qual o tratamento?

  • Terapia da Fala

A Terapia da Fala é a especialidade que visa o estudo, a prevenção, avaliação e intervenção nas perturbações de comunicação (linguagem oral ou escrita, articulação, fluência, voz, audição), da motricidade orofacial, da mastigação e da deglutição.

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# Terapia da Fala #Perturbações da Comunicação, #Linguagem

Hiperatividade, Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA)

O que é a Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA)?

A PHDA é uma perturbação do neurodesenvolvimento da criança, ou seja, é uma perturbação que afeta o desenvolvimento da criança e a função cerebral, nomeadamente o seu sistema nervoso. Normalmente, a PHDA manifesta-se entre os 6 e os 12 anos, mas também há casos em que são percetíveis sintomas desde o primeiro ano de vida. 

Quais são os sintomas? 

A PHDA caracteriza-se, maioritariamente, por 3 sintomas:

  • Desatenção;
  • Hiperatividade;
  • Impulsividade.

Qual o tratamento?

Normalmente, a intervenção para a PHDA deve ser multimodal/combinada, ou seja, deve incluir as abordagens:

  • Farmacológica: maioritariamente à base de Psicoestimulantes;
  • Psicoterapêutica: psicoterapia realizada por profissionais qualificados (psicólogos e/ou psiquiatras);
  • Psicoeducativa/Psicossocial: que envolve os contextos à volta da criança – dinâmica familiar, relação pais-criança, contexto escolar, etc.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2006). Manual de Psicologia Clínica da Criança e do Adolescente: Uma abordagem contextual. Psiquilibrios.

Centers for Disease Control and Prevention. (2022, 9 de Agosto). What is ADHD? https://www.cdc.gov/ncbddd/adhd/facts.html 

Moura., O. (2022). Portal da Hiperatividade / Défice de Atenção. Acedido em dezembro de , de https://hiperatividade.com.pt/avaliacao_intervencao/ 

National Institute of Mental Health. (2022, setembro). Attention-deficit/Hyperactivity disorderhttps://www.nimh.nih.gov/health/topics/attention-deficit-hyperactivity-disorder-adhd 

#hiperatividade #perturbaçãodehiperatividade/déficedeatenção #déficedeatenção #PHDA

#Hiperatividade #Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção #Défice de Atenção #PHDA

Luto, perdas e separações

O que é o luto?

O luto consiste num conjunto de reações emocionais, físicas, comportamentais, sociais e espirituais que surgem quando nos deparamos com uma perda, seja de uma pessoa, de uma coisa, de um valor ou de uma oportunidade. O luto é definido como um processo necessário para que a pessoa consiga ultrapassar a perda e adaptar-se à nova realidade. 

No entanto, o luto também pode tornar-se patológico (Luto Complicado) quando a pessoa com o passar do tempo continua com dificuldades em aceitar a perda, e isso comece a interferir no seu funcionamento global. Nestes casos, o luto pode ser:

  • Luto crónico: a pessoa não consegue integrar a perda e o processo de luto mantém-se estático no tempo;
  • Luto inibido: a pessoa suprime as manifestações de luto, simplesmente não realizando o processo de luto;
  • Luto traumático: resultante de perdas súbitas, violentas, inesperadas, “contranatura”, entre outras, como são o caso de perder alguém, por exemplo, por homicídio, suicídio ou perder um filho.

Quais são as manifestações do Luto Complicado?

Algumas manifestações podem ser sinais de alerta para um possível caso de luto complicado, principalmente após 12 meses desde a perda:

  • Dificuldade em aceitar a perda;
  • Amargura, ressentimento ou raiva relativamente à perda;
  • Incapacidade de chorar com sensação de anestesia emocional;
  • Comportamentos autodestrutivos como álcool; drogas; ou comportamentos autolesivos,
  • Dificuldade em investir nos seus projetos de vida e interesses pessoais;
  • Sentir-se sem esperança, que a vida não tem sentido, que não consegue funcionar nem continuar a sua vida;
  • Desconfiança e negação de apoio de outras pessoas, justificadas por “autossuficiência”;
  • Manifestações de tristeza e de saudade persistentes;
  • Preocupação com a pessoa perdida e, em caso de morte, com as circunstâncias desta;
  • Evitamento de memórias relacionadas com a pessoa perdida;
  • Guardar os pertences da pessoa perdida de forma rígida ou, pelo contrário, desfazer-se de tudo;
  • Desejo de morrer para conseguir estar com a pessoa falecida;
  • Culpa e autorresponsabilização acerca da causa da morte ou falhas que considera terem contribuído para a perda da pessoa querida;
  • Dificuldade em percecionar a irreversibilidade da perda, com expectativas frequentes de reencontro.

Qual o tratamento para o luto?

  • Psicoterapia:

O apoio no luto é dividido em três níveis, de acordo com a Perspetiva de Saúde Pública:

  1. Num primeiro nível – universal –, que corresponde aos primeiros meses após a perda, o apoio prestado deve ser maioritariamente de familiares e amigos, devendo os profissionais de saúde apenas disponibilizar informação relativamente ao processo de luto e sobre os apoios que estão disponíveis. Isto porque, como mencionado anteriormente, o luto é um processo que é natural e que deve ser vivido para integrar a perda.
  2. O segundo nível é seletivo e deverá ser dirigido a pessoas em risco de desenvolver um luto complicado; neste caso, as pessoas podem beneficiar de apoio psicológico, nomeadamente grupos de apoio ou de autoajuda;
  3. Por fim, o terceiro nível é indicativo, e destinado a pessoas com necessidades complexas, já com uma perturbação de luto complicado persistente instalada e que, por isso, precisam de apoio psicológico e psiquiátrico diferenciado.

Um profissional de saúde pode ajudá-lo a entender melhor como funciona o processo de luto, a lidar com a dor da perda, a integrar a sua perda e a recuperar a sua vida, sem nunca se esquecer da pessoa perdida.

  • Medicação:

Medicamentos como antidepressivos, ansiolíticos e estabilizadores de humor podem ajudá-lo/a a reequilibrar o seu corpo e mente.

Como posso prevenir um processo de luto complicado?

Algumas estratégias podem ajudar a pessoa que se encontra em luto:

  • Respeitar e aceitar os seus sentimentos: o luto é um processo que desencadeia emoções fortes e intensas, que podem ser dolorosas, mas são necessárias;
  • Falar sobre a perda com entes queridos;
  • Expressar as suas emoções com outras pessoas ou escrevendo;
  • Respeitar as suas horas de descanso e sono;
  • Manter uma alimentação saudável;
  • Fazer algum exercício físico;
  • Voltar gradualmente às suas rotinas diárias habituais;
  • Realizar atividades prazerosas;
  • Evitar beber álcool e consumir drogas;
  • Criar um ritual de homenagem e de despedida, por exemplo, acender uma vela, escrever uma carta, entre outros.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carqueja, E. (2017). Luto: Um processo dinâmico. In H. Salazar (Coord.), Intervenção Psicológica em Cuidados Paliativos (pp. 57-88). Pactor.

Gabriel, S., Paulino, M., & Baptista, T. M. (2021). Luto: Manual de Intervenção Psicológica. Pactor.

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (n.d.). Fact sheet: Luto. https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/factsheet_luto.pdf 

Serviço Nacional de Saúde. (n.d.). Lutohttps://saudemental.min-saude.pt/luto/ 

 

#luto #perda

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Memória, Alterações da memória

O que é a Memória?

A memória corresponde à evocação implícita ou explicita de informações que foram codificadas a curto e a longo prazo. Há vários tipos de memória:

  • Memória de fonte: contexto em que as informações foram aprendidas;

  • Memória a curto prazo: o armazenamento das informações a curto prazo (e.g., compromissos do dia a dia);

  • Memória de trabalho: codificação de informações que são utilizadas durante a execução de outra tarefa mental;

  • Memória a longo prazo: armazenamento de informações de longo prazo, tais como as características da personalidade, o que gostamos ou não gostamos, quem é a nossa família, etc.;

  • Memória episódica: informações relativas a eventos e experiências de vida;

  • Memória semântica: informações gerais ou factuais (e.g., conhecimento geral e cultural);

  • Memória processual: aprendizagem e evocação de competências (e.g., ler, escrever, andar de bicicleta, etc.).

O que são Alterações de Memória?

Por vezes, esta importante função cognitiva sofre alterações devido a vários motivos:

  • Envelhecimento;

  • Alterações neurocognitivas: demências, etc.;

  • Doenças psiquiátricas: Depressão, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, etc.;

  • Eventos traumáticos;

  • Trauma cranioencefálico;

  • Experiências dissociativas;

  • Entre outros.

Assim, podemos falar de alterações da memória como:

  • Confusão temporal ou espacial;

  • Amnésia: incapacidade parcial ou total para lembrar experiências e eventos passados ou a incapacidade de armazenar novas memórias depois do evento causador.

  • Paramnésia: esquecimento do significado das palavras que se ouvem ou leem ou desorientação espacial em que a pessoa acredita estar num local diferente de onde realmente estão.

  • Alterações da memória de curto prazo: repetição constante da mesma informação; esquecimento de eventos de vida importantes; 

  • Agnosia: incapacidade de identificar objetos e pessoas;

  • Entre outras.

Qual o tratamento?

  • Neuropsicologia:

  • Medicação:

  • Psicoterapia

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# Memória

Neuropsicologia, Avaliação e Reabilitação Neuropsicológica

O que é a Neuropsicologia?

A Neuropsicologia é um ramo da Psicologia que estuda os processos neurobiológicos, ou seja, do sistema nervoso e que os relaciona com as cognições, as emoções e os comportamentos. Assim, estuda não só o funcionamento normal do sistema nervoso humano, mas também o funcionamento cerebral associado a lesões ou perturbações emocionais e psicológicas. 

Em que consiste uma consulta de Neuropsicologia?

Uma consulta de Neuropsicologia implica primeiramente um trabalho de exploração clínica e de avaliação neuropsicológica sistematizada com recurso a instrumentos psicológicos e neuropsicológicos e a outras fontes de informação, de forma a compreender o funcionamento do sistema nervoso do individuo em particular e relacioná-lo com o seu funcionamento cognitivo, emocional e comportamental. Assim, esta avaliação permitirá uma compreensão aprofundada que permitirá um diagnóstico (se for o caso) e o respetivo prognóstico. 

Numa segunda fase, a Neuropsicologia engloba o planeamento da intervenção neuropsicológica, sua implementação e avaliação.

 

A Neuropsicologia intervém em que problemáticas e perturbações?

  • Perturbações do Neurodesenvolvimento:

  • Perturbações do Espetro do Autismo

  • Perturbações de Aprendizagem

  • Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção

 

  • Doenças neurológicas:

  • Demências

  • Epilepsia

  • Acidente Vascular Cerebral

  • Traumatismo Crânio-Encefálico

 

  • Doenças psiquiátricas:

  • Perturbações do Sono

  • Depressão

  • Psicoses

  • Comportamentos aditivos

 

  • Dificuldades cognitivas:

  • Memória

  • Atenção e concentração

  • Funcionamento executivo (por exemplo, planeamento de tarefas, impulsividades, etc.)

  • Linguagem

Obesidade

O que é a Obesidade?

A obesidade é uma doença crónica que se caracteriza pelo excesso de gordura no organismo. Para que esta doença seja diagnosticada normalmente verificam-se dois parâmetros – o Índice de Massa Corporal (IMC) e o perímetro abdominal. O IMC é calculado através da divisão do peso (em kg) pela altura ao quadrado (em metros): PesoAlt x Alt . É indicador de Obesidade o resultado do IMC superior a 30.

A Obesidade é uma doença que está associada ao desenvolvimento de outras patologias, tais como:

  • Doenças respiratórias: apneia do sono, infeções virais, etc.;

  • Doenças cardiovasculares: hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, trombose venosa, etc.;

  • Diabetes (tipo 2);

  • Doenças gastrointestinais: refluxo, etc.;

  • Doenças musculoesqueléticas: osteoartrite, etc.;

  • Doenças renais: pedras nos rins, incontinência urinaria, etc.;

  • Doenças oncológicas: cancro do pâncreas, cancro colorretal, etc.;

  • Problemas e perturbações psicológicas: baixa autoestima, ansiedade, depressão, etc.

Qual o tratamento?

  • Psicoterapia:

  • Nutrição: 

  • Medicação.

Assim, o acompanhamento psicológico e nutricional para mudanças de estilos de vida e a adoção de posturas mais saudáveis é imprescindível.

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Obesidade

Obsessivo-compulsiva, Perturbação Obsessivo-compulsiva

O que é a Perturbação Obsessivo-Compulsiva?

A Perturbação Obsessivo-Compulsiva (POC) caracteriza-se pela presença de pensamentos ou imagens recorrentes e indesejadas (obsessões) e/ou de comportamentos, rituais ou atos mentais repetitivos (compulsões). Normalmente, as obsessões causam ansiedade, insegurança ou aversão e as compulsões surgem de seguida para aliviar esses sentimentos e emoções desagradáveis criadas pelos pensamentos obsessivos. Todos nós temos rotinas e hábitos, como confirmar se fechamos as portas ou verificar se desligamos o gás, mas na POC estes pensamentos e comportamentos são incontroláveis e irracionais.

Quais as manifestações da POC?

As compulsões mais frequentes são de:

  • Limpeza: lavar excessivamente as mãos, outras partes do corpo ou superfícies por medo de contaminação;
  • Verificação: confirmar várias vezes se fez determinada ação; por exemplo, se fechou a porta ou se um eletrodoméstico está desligado;
  • Ordem e simetria: organizar objetos de uma forma especifica para evitar desconforto;
  • Contagem, frases ou rezas: atos mentais de contar até X número ou dizer Y vezes uma frase;
  • Escoriação: esfolar, coçar ou tirar pele saudável, pele com irregularidades ou com lesões (borbulhas, crostas ou feridas), resultando em lesões cutâneas. 

As compulsões estão relacionadas com as obsessões mais frequentes:

  • Sujidade, contaminação ou doença;
  • Dúvidas sobre a realização de determinadas ações;
  • Medo de ser agressivo/a ou magoado/a (por si próprio/a ou pelos outros);
  • Preocupação extrema com ordem ou simetria;
  • Medo de perder algo importante ou de que algo não está completo.

Qual a prevalência da POC em Portugal?

Estima-se que a prevalência de POC na população global seja à volta dos 4,4%.

Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de POC?

  • Fatores temperamentais:
  • Sintomas internalizados;
  • Elevada afetividade negativa: presença de mais emoções negativas como culpa, ansiedade, raiva;
  • Inibição comportamental na infância;
  • Indivíduos com grande senso de responsabilidade por eles próprios ou pelos outros;
  • Indivíduos excessivamente meticulosos e metódicos.

 

  • Fatores psicológicos:
  • Baixa autoestima e sensação de autoeficácia.

 

  • Fatores ambientais/contextuais: 
  • Abuso sexual e/ou físico na infância;
  • Outros eventos stressantes ou traumáticos;
  • Bullying ou negligência na infância.

 

  • Fatores genéticos e fisiológicos:
  • Historial de POC em familiares de primeiro grau, principalmente se tiver sido desenvolvida durante a infância destes familiares;
  • Desequilíbrio químico cerebral: falha na neurotransmissão da serotonina, que é a substância responsável pela regulação dos comportamentos repetitivos;
  • Disfunções neurológicas: no corte orbitofrontal e/ou no córtex cingulado anterior; casos de traumatismo craniano, epilepsia ou meningite precoce.

Quando devo procurar ajuda?

A POC é uma doença que pode influenciar bastante a qualidade de vida dos indivíduos, uma vez que leva a níveis elevados de comprometimento ocupacional, financeiro, relacional e da saúde. Além disso, pode também levar ao aparecimento de outras perturbações psiquiátricas, como Perturbação Depressiva Major, Perturbação de Ansiedade Social, Perturbação de Pânico e Perturbação de Tiques. Desta forma, é importante que avalie o prejuízo que os sintomas têm na sua vida e que procure a ajuda de um profissional de saúde.

Qual o tratamento para a POC?

Normalmente, o tratamento para a POC inclui terapia combinada que conjuga medicação e psicoterapia.

  • Medicação: 

Através da toma de antidepressivos; Normalmente, permite uma melhoria dos sintomas entre 50 e 60% dos casos.

 

  • Psicoterapia:

É mais eficaz na remissão dos sintomas e na manutenção da remissão; Permite uma melhoria dos sintomas em cerca de 80% dos casos. Passa por:

  • Perceber eventuais crenças que possam estar a causar os pensamentos obsessivos;
  • Aprender estratégias e ferramentas para controlar a ansiedade que os pensamentos obsessivos causam, evitando as compulsões;
  • Expor-se deliberadamente aos estímulos causadores de ansiedade e às situações anteriormente evitadas, lidando com esse desconforto sem ter de recorrer a compulsões.

Algumas dicas que o podem ajudar a lidar com a POC:

  • Treinar a sua respiração abdominal para promover o relaxamento;
  • Fazer exercícios de relaxamento muscular;
  • Reparar mais no que o/a rodeia pormenorizadamente: reparar no céu, nuvens, casa, plantas, carros, entre outros;
  • Distinguir o que sente usando cada um dos 5 sentidos: o que consegue cheirar, ver, ouvir, tocar e saborear;
  • Praticar exercício físico regularmente;
  • Manter contacto com amigos e familiares;
  • Ter uma alimentação saudável.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

American Psychiatric Association. (2022). What is obsessive-compulsive disorder? https://www.psychiatry.org/patients-families/obsessive-compulsive-disorder/what-is-obsessive-compulsive-disorder 

Baptista, T. M., & Neto, D. D. (2022). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Perturbações e grupos específicos (vol. 2). Edições Sílabo.

Centro Hospitalar do Médio Ave. (2016, setembro). Psicoeducação: Perturbação obsessivo-compulsivahttps://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/INF.SSM.003.v1.pdf

Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. (n.d.). Perturbação obsessivo-compulsiva: Perguntas e respostashttps://www.chpl.min-saude.pt/wp-content/uploads/sites/39/2020/07/Folheto-POC.pdf 

National Health Service. (2019, 18 de novembro). Overview – Obsessive compulsive dirsorder (OCD)https://www.nhs.uk/mental-health/conditions/obsessive-compulsive-disorder-ocd/overview/ 

Serviço Nacional de Saúde. (2022, 11 de fevereiro). Perturbação obsessiva-compulsivahttps://www.sns24.gov.pt/tema/saude-mental/perturbacao-obsessiva-compulsiva/#o-que-e-a-perturbacao-obsessiva-compulsiva

Serviço Nacional de Saúde. (n.d.). Como lidar com a perturbação obsessivo-compulsivahttps://www.chts.min-saude.pt/noticias/como-lidar-com-a-perturbacao-obsessivo-compulsiva/ 

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Perturbação Obsessivo-Compulsiva # POC

Orientação Vocacional

Orientação Vocacional

A Orientação Vocacional foca-se no modo como as pessoas (adolescentes, jovens e adultos) experienciam a sua formação e carreira. Como tal, é uma área na qual pode ocorrer intervenção em qualquer fase de vida:

    • Entre adolescentes – em momentos específicos e de acordo com as suas necessidades os adolescentes têm de tomar decisões relativas às áreas de formação que são mais do seu interesse, perspetivando já daí uma futura profissão. Por exemplo, na transição do ensino básico para o ensino secundário.
    • Entre jovens – com a saída da escola obrigatória querem ingressar no Ensino Superior ou que iniciam a procura de trabalho e/ou a transição para o mercado de trabalho.
  • Entre adultos de qualquer idade que pretendam:
  • Criar ou melhorar a sua identidade e marca profissional; 
  • Mudar de trabalho e/ou área profissional; 
  • Investir em formação continua; 
  • Lidar com e ultrapassar uma situação de desemprego; 
  • Equilibrar a vida pessoal e a profissional; 
  • Realizar gestão pessoal de carreira, e; 
  • Preparar, transitar ou adaptar-se à reforma.

Fonte:

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2023, janeiro). Recomendações para a intervenção psicológica vocacional e de desenvolvimento de carreirahttps://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/intervencaopsicologica_vocacional.pdf 

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#Orientação Vocacional

Parentalidade

Que Parentalidade?

A parentalidade, para além de para muitas pessoas corresponder ao cumprimento de um objetivo de vida e dar um sentimento de propósito na vida, acarreta também muitas responsabilidades e exigências. Às vezes, pode ser um verdadeiro desafio lidar com crianças e adolescentes que estão eles próprios a passar por vários desafios. Como tal, a parentalidade pode ser também ela uma grande fonte de stress e de sobrecarga, adicionando-se às outras esferas da nossa vida.

Frequentemente, mães e pais enfrentam desafios comuns, nomeadamente:

  • Dificuldade em encontrar um equilíbrio entre vida familiar e profissional;
  • Ritmo de vida acelerado: quer dos pais, quer dos filhos, entre diversas atividades;
  • Sobrecarga de informação: dificuldade em encontrarem a sua própria forma para educarem ou para tomarem decisões;
  • “Cultura da culpa”: crença de que os filhos têm de ser os melhores, os exemplos a seguir, perfeitos;
  • Segurança digital: promoção de hábitos seguros e saudáveis na internet;
  • Dificuldade em lidar com os desafios das diferentes faixas etárias, por exemplo, com os comportamentos de oposição, de autonomia e de criação da própria identidade na adolescência;
  • Outros desafios que interfiram no desenvolvimento ou bem-estar da criança ou adolescente: bullying, autoestima, etc.

Fontes:

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2023a, janeiro). Ser mãe, ser pai: Os desafios da parentalidade (durante e após a pandemia)https://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/ser_mae_pai_desafios_parentalidade.pdf 

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2023b, janeiro). Stress parental: Checklisthttps://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/checklist_stresse_parental.pdf 

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Parentalidade

Psicoses

O que são Psicoses?

As Psicoses caracterizam-se pela presença de 1 ou mais dos seguintes sintomas:

  • Delírios: crenças fixas indiscutíveis e imudáveis mesmo perante evidência oposta; podem ser de vários tipos: persecutório, de referência, de grandiosidade, entre outros;
  • Alucinações: são experiências percetivas que afetam os sentidos e que ocorrem sem um estímulo real; a pessoa pode ver, ouvir, sentir ou cheirar algo que não existe fora da sua mente.
  • Pensamento desorganizado: reflete-se no discurso da pessoa; muda muito rapidamente de assunto, não responde diretamente a perguntas ou responde com outros assuntos.
  • Comportamento motor anormal ou desorganizado: desde comportamentos infantis a agitação imprevisível; pode incluir: resistência a instruções; postura rígida, imprópria ou bizarra persistente; ausência de resposta verbal ou motora; atividade motora em excesso e sem objetivo ou causa; movimentos repetidos estereotipados; olhar fixo; fazer caretas;e/ou, ecoar o discurso.
  • Sintomas negativos: diminuição da expressão emocional (menor expressão facial das emoções, contacto ocular reduzido, redução na entoação do discurso); diminuição da iniciativa do próprio para atividades com objetivo e motivação (estar sentado/a quieto/a durante longos períodos, não mostrar interesse em atividades de trabalho ou sociais); capacidade reduzida de sentir prazer a partir de estímulos positivos; e, isolamento social.

Qual a prevalência de Psicoses?

Em 2022, a prevalência de Psicoses encontrava-se entre os 3% e os 4%. Em Portugal, estima-se que mais de 40.000 pessoas tenham Esquizofrenia.

O que pode causar uma Psicose?

As Perturbações Psicóticas incluem Perturbações do Espetro da Esquizofrenia, e formas mais graves de Perturbação Bipolar e de Perturbações Depressivas.

Além disso, também pode ser desencadeada por:

  • Experiências traumáticas;
  • Condições físicas (Doença de Parkinson, um tumor cerebral, doenças infeciosas ou febris, entre outras);
  • Experiências indutoras de stress elevado;
  • Uso indevido de álcool ou drogas;
  • Fatores genéticos;
  • Complicações pré-natais e perinatais, como complicações durante a gestação, parto com hipoxia (baixa concentração de oxigénio), idade avançada do pai, má nutrição, diabetes materna, entre outras;
  • Falta de sono.

Qual o tratamento para as Psicoses?

O tratamento para as Psicoses, normalmente, permite que os indivíduos consigam ter vidas funcionais, produtivas e gratificantes. Quanto mais cedo forem identificados os sintomas e iniciado o tratamento, melhor será o prognóstico.

O tratamento inclui uma combinação de:

  • Medicação:

A medicação pode variar de acordo com a causa da Psicose que foi identificada. É comum o uso de antipsicóticos para diminuir os sintomas psicóticos e prevenir a recorrência de sintomas. Também podem ser usados estabilizadores de humor e anticonvulsivantes. 

  • Psicoterapia:

Tanto Psicoterapia individual como familiar podem ajudar o individuo e a sua família a lidar com a perturbação. Além disso, pode ajudar a:

  • Reduzir stress e ansiedade;
  • Identificar sinais de recaída;
  • Melhorar competências sociais, 
  • Arranjar estratégias para lidar com as ideias delirantes, as alucinações, os sintomas negativos e as flutuações de humor; e,
  • Recuperar alguma sensação de controlo sobre a própria vida.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2020, agosto). What is schizophrenia? https://www.psychiatry.org/patients-families/schizophrenia/what-is-schizophrenia 

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Baptista, T. M., & Neto, D. D. (2022). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Perturbações e grupos específicos (vol. 2). Edições Sílabo.

Centro Hospitalar Conde de Ferreira. (2021, 29 de outubro). Esquizofrenia tem tratamentohttps://portaldasaude.scmp.pt/pt-pt/noticias/esquizofrenia-tem-tratamento-saiba-mais-no-centro-hospitalar-conde-de-ferreira- 

Jongsma, H. E. et al. (2018). Treated incidence of psychotic disorders in the Multinational EU-GEI study. JAMA Psychiatry, 75(1), 36-46. https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2017.3554 

Keepers, G. A. et al. (2020). The American Psychiatric Association practice guideline for the treatment of patients with schizophrenia. American Journal of Psychiatry, 177(9), 868-872. https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2020.177901 

National Health Service. (2019, 10 de dezembro). Overview: Psychosishttps://www.nhs.uk/mental-health/conditions/psychosis/overview/ 

National Health Service. (2019, 11 de novembro). Overview – Schizophreniahttps://www.nhs.uk/mental-health/conditions/schizophrenia/overview/ 

NHS 24. (2022, 18 de outubro). Psychosishttps://www.nhsinform.scot/illnesses-and-conditions/mental-health/psychosis

# Psicoses # Esquizofrenia

# Psicoses # Esquizofrenia

Psicossomática

O que é a Psicossomática?

A Psicossomática caracteriza-se pela expressão de fenómenos mentais em sintomas ou patologias físicas. Mente e corpo são indissociáveis um do outro (não há corpo sem mente, nem mente sem corpo) e, dessa forma, muitas vezes o que se passa na nossa mente vai refletir-se no nosso corpo físico. Podemos até considerar o nosso corpo um espelho do que se passa na nossa mente.

Quais as manifestações comuns de Psicossomatização?

Muitos de nós, provavelmente já notamos que quando estamos mais ansiosos, depressivos ou irritados algo se altera no nosso corpo. Esse é o impacto que as emoções têm no nosso corpo. Assim, podem aparecer sintomas em várias partes do nosso corpo, nomeadamente:

  • Diarreia ou prisão de ventre;
  • Dores no estômago, náuseas, refluxo do ácido gástrico, gastrites ou úlceras gástricas;
  • Sensação de nó na garganta, irritações na garganta e amígdalas;
  • Contraturas, dores musculares, tensão muscular;
  • Sensação de falta de ar;
  • Dores no peito, palpitações e hipertensão arterial;
  • Comichão, ardor ou formigamentos na pele;
  • Alterações do ciclo menstrual, diminuição do desejo sexual, impotência sexual, entre outros;
  • Insónias, dores de cabeça, alterações da visão, entre outras.

Muitas vezes, o nosso corpo comunica o que a nossa mente nos está a dizer, que no entanto, nós não estamos a ouvir. Gabor Maté, um conhecido médico húngaro, disse num dos seus artigos: “Quando somos impedidos de aprender a dizer não, o nosso organismo pode acabar por dizê-lo por nós”. Frequentemente, ignoramos, reprimimos, negamos e traímos o que sentimos, o que aumenta o stress que sentimos e em que vivemos constantemente. Ora, cada vez mais se reconhece o impacto que o stress tem no nosso corpo.

Várias doenças físicas são apontadas como tendo uma forte componente psicológica na sua origem, sem descurar a influência que fatores hereditários ou ambientais podem também ter na predisposição para as doenças.

Alguns exemplos:

  • Stress crónico presente em pacientes com artrite reumatoide e esclerodermia.
  • Padrões de repressão das emoções verificados em casos de esclerose múltipla, doenças inflamatórias do intestino (por exemplo, colite ulcerosa, Doença de Crohn, etc.), fibromialgia, endometriose, doenças cutâneas, entre outras.
  • Padrões de negação da dor psicológica ou física e de emoções desagradáveis, como a tristeza, a raiva ou a rejeição, presentes em muitas pessoas com cancros.
  • Acontecimentos recentes causadores de elevado stress, como morte ou doença de entes queridos, ameaça súbita da perda dos meios de subsistência ou um acontecimento familiar que exija grandes mudanças presentes em indivíduos com esclerose múltipla. O que todos estes eventos têm em comum é a perceção de se ser incapaz de lidar com a situação, o que leva a sentimentos de inadequação e de fracasso.
  • Infância caracterizada por desconexão emocional dos pais, a supressão extrema das emoções, a escassez de relações socias afetuosas na adultez, o altruísmo e o cuidar dos outros de forma excessiva e compulsiva, o duro autojulgamento e o perfecionismo presentes em mulheres com cancro da mama.

Qual o tratamento em casos de somatização?

O tratamento pode muitas vezes incluir a conjugação de medicação e de psicoterapia.

  • Medicação: 

Podem ser de várias categorias para ajudar a diminuir os sintomas físicos (p.ex., analgésicos, anti-inflamatórios, etc.) e a melhorar o nosso funcionamento cerebral (p.ex., antidepressivos, ansiolíticos). Deve-se sempre aconselhar com um profissional de saúde antes de tomar medicação.

  • Psicoterapia:

A Psicoterapia é o tratamento mais eficaz, uma vez que o/a pode ajudar a identificar o que está na origem dos seus sintomas ou patologias físicas e a arranjar estratégias para lidar com e resolver tanto a parte física como as causas psicológicas. Além disso, a interação mente-corpo é bidirecional, na medida em que não só fatores psicológicos contribuem para o início ou o agravamento de problemas ou doenças físicas, como, quando estes últimos surgem, acarretam um impacto maior no nosso estado psicológico.

Fontes:

American Psychological Association. (n.d.). APA dictionary of Psychology: Psychosomatic disorderhttps://dictionary.apa.org/psychosomatic-disorder 

Maté, G. (2022). Quando o corpo diz não. Ideias de Ler.

Villa-Forte, A. (2022, abril). Interações mente-corpohttps://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/fundamentos/o-corpo-humano/intera%C3%A7%C3%B5es-mente-corpo 

#psicossomática #somatização

Psicossomática #Somatização

Relacionamentos

Que Relacionamentos?

Tanto as amizades como as relações amorosas são cruciais ao nosso bem-estar e à nossa felicidade. No entanto, muitas vezes, nestas relações existem conflitos, problemas e experiências negativas que vão interferindo na relação e, por vezes, até degradando-a.

A Psicoterapia pode ajudar em casos de:

  • Desgostos amorosos;
  • Bloqueios emocionais;
  • Conflitos;
  • Problemas de comunicação;
  • Problemas e/ou Disfunções sexuais;
  • Processos de separação ou divórcio;
  • Adaptação pós-separação ou pós-divórcio;
  • Lutos pelo fim dos relacionamentos;
  • Entre outros.

Qual o tratamento em casos de somatização?

  • Psicoterapia

A Psicoterapia pode ajudar a identificar a(s) origem(ns) destes problemas, a promover estratégias de regulação emocional, de gestão de conflitos e de comunicação mais eficazes e a implementar as mudanças necessárias.

Fontes:

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2015). Bem-estar nas relações românticashttps://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/1346 

#relacionamento #gestãodeconflitos #comunicação

#Relacionamento #Gestão de conflitos # Comunicação

Sono, Perturbações do sono, Insónia, Hipersónia

O que acontece durante o sono?

O nosso corpo trabalha tipicamente em ciclos de 24 horas, que constituem o denominado ritmo circadiano. A necessidade de sono varia de pessoa para pessoa, mas, normalmente, a maioria das pessoas tem um ciclo circadiano de 15/16 horas de vigília (acordados) e 8/9 horas de sono.

O sono normalmente segue um padrão de 3 a 5 ciclos por noite em que há uma variação entre dois tipos de sono:

  • Sono REM (Rapid Eye Movement, em português Movimento Rápido dos Olhos): nesta fase do sono normalmente temos sonhos e é nela que são integradas no nosso cérebro atividades mentais como a aprendizagem e a memória.
  • Sono Não-REM: que passa por três fases – sono leve, sono intermédio e sono profundo.

Porque é que o sono é importante?

O sono é uma necessidade básica e é fundamental para a nossa saúde, quer física, quer mental. É um processo fisiológico que permite a recuperação, a regulação e a proteção do nosso corpo todo. Podemos achar que, durante o sono, o nosso corpo está totalmente em repouso, mas na verdade ele continua a trabalhar internamente, no sentido de manter o nosso cérebro saudável e o nosso corpo a funcionar corretamente. 

Durante o sono, várias coisas acontecem:

  • A nossa pressão sanguínea e frequência cardíaca descem;
  • São produzidas hormonas importantes, como a testosterona, o estrogénio e a progesterona;
  • O nosso fígado é preparado para digerir as gorduras de forma adequada durante o dia;
  • A nossa frequência respiratória diminui e respiramos de forma mais superficial;
  • O nosso sistema imunitário produz proteínas importantes para defender o nosso corpo;
  • O nosso cérebro integra as aprendizagens e forma memórias de longo-prazo.

O que é são perturbações de sono?

As perturbações de sono correspondem a problemas na qualidade e na quantidade de sono e podem ser de vários tipos: insónias, hipersonolência, síndrome das pernas inquietas, narcolepsia, terrores noturnos, entre outras. 

Destas perturbações, as insónias são as mais comuns e caracterizam-se por uma insatisfação com a qualidade e a quantidade de sono, que pode ser:

  • Insónia Inicial: dificuldade em iniciar o sono (em adormecer);
  • Insónia Intermédia: dificuldade em manter o sono, acordando várias vezes durante a noite;
  • Insónia Terminal: acordar muito cedo e ter dificuldade em retomar o sono.

Considera-se que as insónias podem configurar mesmo uma perturbação quando se verificam pelo menos 3 noites por semana e há pelo menos 3 meses.

Quais as consequências de pouco tempo de sono e/ou um sono de má qualidade?

De forma geral, um sono insuficiente ou de pouca qualidade traz consequências a vários níveis, afetando como nós pensamos, aprendemos, trabalhamos, reagimos, e até como nos relacionamos com os outros.

Assim, perturbações do sono aumentam a probabilidade de termos alguns sintomas ou problemas físicos e psicológicos, nomeadamente: 

  • Excesso de peso; Aumento do apetite, especialmente de alimentos doces, salgados e com gordura;
  • Diabetes; Hipertensão arterial; Doença cardíaca coronária; Asma e problemas respiratórios como doença pulmonar obstrutiva crónica;
  • Problemas ósseos, articulares e musculares (osteoartrite, etc.);
  • Infeções;
  • Fadiga;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldades de concentração; Distração;
  • Comprometimento cognitivo;
  • Menos memória.
  • Depressão; Ansiedade e stress;
  • Menor capacidade para tomar decisões; 
  • Menor capacidade de regulação emocional;
  • Sonolência diurna;

Qual o tratamento para Perturbações do Sono?

  • Medicação:

Ansiolíticos, hipnóticos e antidepressivos podem ajudar a pessoa a iniciar e a manter o sono e a ter menos sonolência durante o dia. Deverá sempre aconselhar-se com um profissional de saúde antes de tomar qualquer medicação para o sono.

  • Apoio Psicológico/Psiquiátrico e Psicoterapêutico:

Um profissional de saúde mental pode ajudá-la/o a encontrar a causa da perturbação de sono e pode fornecer-lhe estratégias para lidar com e/ou resolver a causa e ter uma boa higiene do sono.

Que medidas posso tomar para ter um sono saudável?

  • Considerar o sono como uma prioridade e como uma necessidade básica: estabelecer e manter hábitos saudáveis para ter uma boa qualidade de sono;
  • Ter um espaço de sono adequado: um local que garanta o máximo de conforto, o que implica um colchão e almofada adequados e temperatura e luz adequadas;
  • Definir horários de sono e respeitá-los: dormir todos os dias entre 7 e 9 horas, o que inclui também os fins-de-semana; definir horário para dormir e para acordar, sem variar muito ao longo dos dias;
  • Ter uma agenda de sono, o que implica: 1) uma fase de relaxamento, que permite a preparação do sono e permite indicar ao cérebro que está a chegar a hora de dormir; aqui, deve-se optar por atividades mais relaxantes como ler ou meditar; 2) a fase de dormir, em que à hora X se apagam as luzes e se tenta adormecer; e 3) a fase de acordar.
  • Evitar sestas ao longo do dia: em caso de sonolência diurna, pode realizar movimentos e exercícios para ativar o corpo; caso precise mesmo de uma sesta, estas não devem ultrapassar os 20/30 minutos;
  • Evitar ecrãs uma hora antes de deitar: porque interferem na produção de melatonina que é a hormona do sono;
  • Evitar refeições pesadas, álcool, tabaco, café ou outras bebidas com cafeína ou estimulantes: o jantar deve ser entre 2 a 3 horas antes de deitar;
  • Realizar exercício físico durante o dia: ser ativo ajuda-a/o a descansar e a dormir melhor;
  • Evitar exercício físico intenso perto da hora de dormir;
  • Levantar-se caso não consiga adormecer: a cama deve ser apenas usada para dormir, não devendo permanecer deitado/a quando estiver com insónias.

Fontes: 

American Psychiatric Association. (2020, agosto). What are sleep disorders? https://www.psychiatry.org/patients-families/sleep-disorders/what-are-sleep-disorders 

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

American Psychological Association. (2020, maio). Why sleep is importanthttps://www.apa.org/topics/sleep/why 

Centro Hospitalar Universitário de São João. (n.d.-a). Higiene do sonohttps://portal-chsj.min-saude.pt/uploads/document/file/802/Higiene_do_Sono.pdf 

Centro Hospitalar Universitário de São João. (n.d.-b). Sono: Sistema imunitáriohttps://portal-chsj.min-saude.pt/uploads/document/file/801/Sono_e_o_sistema_imunita_rio.pdf 

King’s College Hospital. (2021, 01 de maio). Sleep hygiene: information for patientshttps://www.kch.nhs.uk/Doc/pl%20-%20947.1%20-%20sleep%20hygiene.pdf 

National Heart, Lung, Blood Institute. (2022, 24 de março). How sleep works: Why is sleep important? https://www.nhlbi.nih.gov/health/sleep/why-sleep-important 

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2020, 01 de julho). Sono saudável: Recomendações para adultos, trabalhadores e paishttps://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/2924 

#sono #insónia #hipersónia #sonolênciadiurna

# Sono # Insónia # Hipersónia #Sonolência diurna

Trabalho, Demissão silenciosa (Quiet quitting) e Burnout

Que Trabalho?

Quando existe um desequilíbrio em que as fronteiras entre o trabalho e o lazer estão ausentes, a Saúde Mental e Física da pessoa pode começar a deteriorar-se. No entanto, não é só o desequilíbrio entre trabalho e lazer que ameaça a Saúde Mental e Física dos trabalhadores, existem outros riscos psicossociais que também o fazem, nomeadamente:

  • O conteúdo do trabalho não tem significado para o trabalhador;

  • O trabalho não permite ao trabalhador aplicar os seus conhecimentos e competências;

  • A carga de trabalho é superior à capacidade do trabalhador.

  • Os horários de trabalho são contínuos e excessivos, ultrapassando as 8 horas diárias;

  • Os horários são por turnos;

  • Existem poucas pausas para descanso e são de curta duração (mais de 5 horas de trabalho seguido).

  • As funções e o papel do colaborador são indefinidos;

  • Existe falta de comunicação interna;

  • Existem conflitos e más relações entre colaboradores.

Ora, estes riscos têm inúmeras consequências:

  • Na saúde: Burnout; Perturbações de Ansiedade; Depressão; Somatização; aumento dos acidentes no trabalho; aumento dos custos de saúde.

  • Na relação colaborador-entidade: diminuição da motivação; diminuição do desempenho; diminuição da produtividade; diminuição do compromisso dos trabalhadores com a entidade empregadora; aumento do absentismo, do presentismo (comparece ao trabalho, mas não há foco nas tarefas ou produtividade) e dos conflitos no trabalho; aumento da intenção de sair da entidade.

  • A nível económico para o país: custo económico pelos problemas de saúde psicológica e pela redução da produtividade.

O que é Burnout?

Burnout ou Síndrome de Esgotamento Profissional é definido como um tipo específico de stress que é provocado pelo trabalho. Normalmente, o burnout caracteriza-se por:

  • Sentimentos de exaustão emocional;

  • Menor realização profissional;

  • Despersonalização, caracterizada por insensibilidade emocional e menor empatia pelos outros;

  • Menor motivação, envolvimento e dedicação ao trabalho;

  • Menor bem-estar e satisfação com a vida em geral;

  • Sintomas físicos, como dores musculares, fadiga, alterações de sono ou alterações nos níveis de tensão arterial, entre outros;

  • Eficácia profissional reduzida;

  • Deterioração das relações sociais e familiares.

O que é Quiet quitting?

quiet quitting (desistência silenciosa) é um termo recentemente criado para definir uma postura no trabalho em que o individuo faz o mínimo necessário para o seu trabalho, não indo além disso, ou seja, o individuo não dá mais à empresa para além do que lhe é remunerado ou para além do que é o seu horário de trabalho.

Este fenómeno ocorre principalmente quando o individuo sente que lhe falta de um propósito claro no trabalho, que não é reconhecido de forma justa e pelo desejo de manter um equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Como tal, a intervenção psicoterapêutica nestes casos pode ajudar no sentido de promover uma comunicação mais eficaz entre trabalhador e empregador, de promover a motivação e de desenvolver estratégias de gestão de tempo, de priorização e para lidar com os desafios que possam surgir na vida laboral.

 

Qual o tratamento?

  • Psicoterapia:

A Psicoterapia pode ajudar no desenvolvimento de estratégias de regulação emocional e de autocuidado, na promoção de um equilíbrio saudável entre a vida profissional e a vida pessoal.

Fontes:

Aydin, E., & Azizoğlu, O. (2022). A new term for an existing concept: Quiet quitting – a self-determination perspective. In B. Tunçsiper (Ed.), V International Congress on Critical Debates in Social Sciences: Proceedings book (285-295). https://www.researchgate.net/publication/366530514_A_NEW_TERM_FOR_AN_EXISTING_CONCEPT_QUIET_QUITTING-A_SELF-_DETERMINATION_PERSPECTIVE 

Christian, A. (2022). Why ‘quiet quitting’ is nothing new. https://www.bbc.com/worklife/article/20220825-why-quiet-quitting-is-nothing-new 

Esteveny, L. (2022). Quiet quitting. CERN Bulletin, 35-36/2022, 10-11. https://cds.cern.ch/record/2826469/files/CERN%20Bulletin%20Issue%20(English).pdf 

Hart, H. (2022). Quiet Quitting—It’s All In The Attitudehttps://www.forbes.com/sites/hannahart/2022/09/12/quiet-quitting-its-all-in-the-attitude/ 

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2020). Perguntas e respostas sobre burnouthttps://www.ordemdospsicologos.pt/ficheiros/documentos/doc_perguntas_respostas_sobre_burnout_vf.pdf

Serviço Nacional de Saúde. (n.d.). O que é o Síndrome de Burnout? https://www.chts.min-saude.pt/mais-saude/saude-mental/burnout-conheca-os-sinais-e-sintomas/

Tapper, J. (2022). Quiet quitting: why doing the bare minimum at work has gone global.

https://www.theguardian.com/money/2022/aug/06/quiet-quitting-why-doing-the-bare-minimum-at-work-has-gone-global 

 

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Trauma Psicológico

O que é um trauma?

Um trauma pode ser definido como uma experiência vivenciada como ameaça significativa à segurança e bem-estar físico e/ou psicológico de um individuo. O individuo pode viver a situação traumática quer diretamente quando é exposto à situação, quer indiretamente quando testemunha a situação.

O trauma é algo subjetivo e pessoal, pelo que duas pessoas podem passar por experiências semelhantes, e cada uma pode vivê-la e ser impactada de forma diferente da outra. 

Alguns exemplos de experiências traumáticas podem ser: acidentes; abuso sexual, físico e/ou psicológico; atos de violência; desastres e catástrofes (sismos, furacões, etc.); morte violenta de um ente querido; doença grave; guerra; entre outros. 

Durante uma experiência traumática podemos deparar-nos com variadas emoções e sentimentos. Podemos sentir-nos: chocados, assustados, ameaçados, abandonados, humilhados, limitados, envergonhados, impotentes, horrorizados, etc. 

Além disso, podemos também ter comportamentos variados: podemos “congelar”, ou seja, ficar paralisados; podemos obedecer automaticamente, sem questionamento ou protesto; podemos lutar; ou podemos fugir. Cada pessoa reage à sua maneira perante uma situação traumática, podendo até não ter qualquer reação na hora, e esta manifestar-se horas, dias ou meses depois.

Associadas ao acontecimento traumático, variando em termos de duração dos sintomas, podem surgir: 

  • Perturbação Aguda de Stress, os sintomas mantêm-se entre 3 dias e um mês;
  • Perturbação de Stress Pós-Traumático , os sintomas permanecem durante mais de um mês.

Quais são as manifestações de um trauma? 

Na Perturbação Aguda de Stress e na Perturbação de Stress Pós-Traumático (PTSD) podem verificar-se diversos sintomas:

  • Tristeza, vulnerabilidade e/ou desesperança: pode sentir-se apática/o, com medo que a situação possa ocorrer de novo; pode sentir-se cansada/o emocionalmente;
  • Raiva, irritabilidade e/ou revolta: pode sentir-se irritada/o, podendo o recetor dessa raiva ser variado (nós próprios, outras pessoas, instituições, etc.);
  • Dificuldade em sentir emoções agradáveis, como alegria, prazer, entre outras.
  • Baixa autoestima: sentir-se vulnerável, inseguro e com menos valor;
  • Sentimentos de culpa e de autorresponsabilização;
  • Lembranças intrusivas e involuntárias da situação: pode sentir que está a reviver a situação e sentir como se esta estivesse novamente a ocorrer;
  • Hipervigilância perante estímulos externos;
  • Vergonha: pelo que lhe aconteceu, por não conseguir controlar as suas reações, ou pelas reações e emoções que teve perante a situação;
  • Perda de memória relativamente à situação (amnésia dissociativa);
  • Dificuldades de concentração noutras tarefas simples;
  • Sintomas físicos: tonturas, suores, tremores, dificuldade em respirar, dores de cabeça, perda de apetite, falta de ar, etc.
  • Alterações no sono: marcadas principalmente por insónias, por se sentir inseguro/a, vulnerável ou com medo de ter pesadelos relacionados com a experiência traumática;
  • Dificuldades no funcionamento diário: com dificuldade em realizar ou gerir as tarefas do dia-a-dia;
  • Isolamento: pode isolar-se, evitando o contacto com outras pessoas;
  • Evitamento de estímulos que estejam associados ao acontecimento traumático: pode implicar o evitamento de memórias, pensamentos ou emoções desagradáveis relacionadas com o acontecimento e/ou o evitamento de estímulos externos que despertem essas memórias, pensamentos ou emoções, por exemplo, lugares, atividades, conversas, entre outros.
  • Consumo de álcool e/ou drogas: recorrer a substâncias que o/a façam de certa forma esquecer e anestesiar as emoções e memórias;
  • Pensamentos suicidas e/ou comportamentos autolesivos: pode ter alguns comportamentos resultantes da forma como se sente, por exemplo, ferir-se como forma de punição ou para lidar com as emoções mais intensas; pensar em morrer e em como fazê-lo.

Qual o tratamento para o trauma?

  • Psicoterapia: 

A Psicoterapia pode ajudá-la/o ao ter alguém com quem pode desabafar sobre o que lhe aconteceu, sem julgamento, e que o pode orientar a integrar o trauma e a encontrar formas saudáveis para lidar e ultrapassar a experiência traumática.

Existem várias psicoterapias que têm demonstrado eficácia em situações de trauma, nomeadamente:

  • Terapia de exposição: a exposição imaginada às situações que a pessoa evita relacionadas com a situação ou à própria situação normalmente ajudam a integrar o trauma, havendo uma diminuição gradual do desconforto e da angústia.
  • Terapia EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing, em português: Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento Ocular): a estimulação dos dois hemisférios cerebrais (esquerdo e direito) permite a integração do trauma, através do processamento da experiência e das suas memórias.
  • Hipnose Clínica: promove o relaxamento necessário para o confronto com as memórias traumáticas e ajuda a explorar, a integrar e a resolver essas memórias.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Baptista, T. M., & Neto, D. D. (2022). Psicoterapias cognitivo-comportamentais: Perturbações e grupos específicos (vol. 2). Edições Sílabo.

Barnhill, J. W. (2020, abril). Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). https://www.msdmanuals.com/pt-pt/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/ansiedade-e-transtornos-relacionados-a-estressores/transtorno-de-estresse-p%C3%B3s-traum%C3%A1tico-tept 

Foa, E., Keane, T., Freidman, M., & Cohen, J. (2009). Effective treatments for PTSD (2nd ed.). The Guilford Press.

Ordem dos Psicólogos Portugueses. (2022, 20 de abril). Situações traumáticas: O que são e como lidar com elas. https://www.ordemdospsicologos.pt/pt/noticia/4017 

 

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