Agorafobia em Adolescentes

A Agorafobia é uma perturbação de ansiedade que inclui sintomatologia como:

  • Medo ou ansiedade marcados em mais do que um destes locais:
    • Transportes públicos (e.g., autocarros, comboios, aviões, etc.);
    • Espaços abertos (e.g., parques de estacionamento, mercados ao ar livre, pontes, etc.);
    • Espaços fechados (e.g., lojas, cinemas, etc.);
    • Numa fila ou multidão;
    • Fora de casa sozinho/a.
  • Medo ou evitamento dessas situações devido a pensamentos de que a fuga pode ser difícil ou de que não terá ajuda disponível caso desenvolva sintomas de pânico, incapacitantes ou embaraçosos.
  • Medo e ansiedade quase sempre presentes perante as situações agorafóbicas.
  • Evitamento ativo (comporta-se intencionalmente de forma a prevenir ou minimizar o contacto) das situações ou precisando da presença de alguém ou sendo suportadas com medo e ansiedade intensos.
  • Medo e ansiedade desproporcionais relativamente ao perigo real que as situações pressupõem.
  • Medo, ansiedade ou evitamento persistem por pelo menos 6 meses ou mais.
  • Estes sintomas causam um mal-estar clinicamente significativo e défices sociais, escolares, ocupacionais ou noutras áreas do funcionamento.

Normalmente, esta perturbação surge na adolescência, sendo a sua idade média de aparecimento por volta dos 17 anos.

Intervenção

Crianças e Adolescentes com Agorafobia beneficiam de intervenção psicológica e/ou psiquiátrica que inclui:

  • Explicação sobre as componentes da ansiedade: cognitiva (pensamentos), emocional (emoções), somática (sensações físicas) e comportamental (ações);
  • Explicação sobre como a Agorafobia funciona;
  • Explicação da necessidade de habituação ao desconforto: para permitir que as situações agorafóbicas deixem de causar tanto medo e ansiedade, é necessário que o/a adolescente compreenda que tem de se expor a elas para que ocorra o fenómeno de habituação e para que esse medo desapareça.
  • Reforço da coragem e da autoestima do/a adolescente;
  • Gestão da sintomatologia: tolerância à ansiedade e desconforto; estratégias de coping e de relaxamento para gerir a ansiedade nas situações agorafóbicas;
  • Exposição gradual às situações agorafóbicas.

Em alguns casos, o/a adolescente também pode beneficiar de medicação que ajude na diminuição da ansiedade.

Fontes:

American Psychiatric Association. (2013). DSM-5: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (5ª ed.). Climepsi.

Carr, A. (2014). Manual de psicologia clínica da criança e do adolescente: Uma abordagem contextual (1ª ed.). Psiquilibrios Edições.

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Ana Sofia Santos